Entrevista com o arquiteto Luciano Fiaschi
Autor: Adriana Corrêa - Data: 08/09/2004
Formado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) em 1968, iniciou sua carreira profissional em uma firma de arquitetura e paisagismo, onde participou de vários projetos até 1971. A partir dessa data, estabeleceu escritório próprio*, dedicando-se exclusivamente à Arquitetura Paisagística. Em seus 35 anos de atividade profissional participou de trabalhos das mais diversas escalas, desde jardins residenciais até Planos Diretores Regionais. Em entrevista para a Revista Digital AuE Soluções, Fiaschi falou um pouco das suas experiências em diversos estados do país, sobretudo em São Paulo.
AuE: Como começou na profissão de paisagista?
Fiaschi: Comecei em 1967, como estagiário no escritório do arquiteto paisagista Roberto Coelho Cardozo, em São Paulo. O estágio me deu a oportunidade de ter uma experiência prática da profissão. Sob a influência desse trabalho, me tornei um arquiteto urbanista.
AuE: Os seus trabalhos seguem algum estilo?
Fiaschi: Não. Sou um profissional contemporâneo, ou seja, o que caracteriza os meus projetos é a arquitetura da nossa época. Acho complicado classificar um trabalho sob determinado estilo. Por exemplo, se o cliente quer um jardim japonês, vou buscar na arquitetura e no paisagismo dessa região somente a inspiração para construir um jardim contemporâneo. Pois temos climas diferentes e a vegetação não se adapta da mesma forma. Nesse caso, a solução é substituir as plantas temperadas pelas tropicais. Além disso, as diferentes épocas interferem nesse processo. Hoje, utilizarmos tecnologias para produzir o efeito desejado em menos tempo, sem ter que cuidar de um bonsai por quase uma centena de anos, o que torna inviável criar um legítimo jardim japonês.
AuE: Dentro do ramo da arquitetura e paisagismo, qual a sua especialidade?
Fiaschi: Minha especialidade é o projeto completo, que compreende três etapas: os estudos preliminares, o ante-projeto e o projeto executivo. Na primeira etapa, são avaliadas as soluções que mais se aproximam das expectativas do cliente. Na segunda, é apresentado ao cliente a idealização do projeto, que é submetido a sua aprovação. Na terceira etapa, é feito o projeto básico (estruturação), o projeto dos elementos construídos e, por último, o projeto de plantio ou jardinagem.
AuE: Na sua opinião, o que caracteriza um bom projeto?
Fiaschi: Um bom projeto é aquele que se ajusta às condições físicas do terreno, às edificações e ao entorno, respeitando a paisagem regional. Nos meus trabalhos, procuro criar soluções tanto estéticas como funcionais para o plantio, estruturação e construção. Além disso, a obra deve ter um bom desenho, respondendo às aspirações do cliente, e estar sintonizada com os espaços internos da arquitetura e os espaços externos do jardim.
AuE: Como a tecnologia auxilia o seu trabalho?
Fiaschi: Arquitetos e paisagistas têm hoje a sua disposição uma série de avanços tecnológicos para a pronta solução e resolução da obra. O mercado está ciente da importância do tratamento paisagístico de uma área e, em consequência disso, novas tecnologias estão surgindo. Procuro me beneficiar desses recursos, combinando criatividade e tecnologia para uma maior conservação e valor estético dos meus trabalhos.
AuE: É utilizado algum recurso na criação dos projetos? Qual?
Fiaschi: Sim. Utilizo o software AutoLANDSCAPE que me auxilia bastante na criação dos projetos. Fui um dos primeiros a testar a tecnologia, tendo ajudado na sua concepção. Acho que a ferramenta é uma grande facilitadora, sobretudo para projetos que requerem pouco tempo de planejamento e qualidade na apresentação.
AuE: Qual o seu último trabalho?
Fiaschi: Um projeto residencial na Praia de Iporanga, no Guarujá, Litoral Paulista, executado em agosto de 2004. O terreno de frente para o mar tem o privilégio de limitar-se com a área de mata preservada do condomínio. O pátio interno, junto ao bloco de escada, propiciou um tratamento mais elaborado, com dois níveis de canteiros e espelho de água com bica. Os palmiteiros empregados, plantados com seis à oito metros de caule, dominam o espaço. No jardim da piscina foram empregadas várias espécies de palmeiras, bem como nas demais áreas do jardim.
Luciano Fiaschi Escritório Paisagismo
*Rua Ipeirog 910, Perdizes - São Paulo/SP.
Confira um dos mais recentes projetos do Paisagista Luciano Fiaschi
- Projeto:
Entrevista com autor:
Data de publicação: 10/09/2004
- Projeto:
Entrevista com autor:
Data de publicação: 10/09/2004
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