Pamela Valdés e seu paisagismo sustentável

Autor: Jéssica de Souza - Data: 16/07/2021

A engenheira agrônoma Pamela Valdés, de Santiago - Chile, é a nossa entrevistada do mês. Ela conta sobre sua trajetória na área de paisagismo, quais são suas diretrizes projetuais, como é a área na região e quais são suas referências de paisagistas.

Aue Paisagismo: Fale um pouco sobre você, sua formação e sua trajetória na área.

Pamela Valdés: Meu nome é Pamela, sou de Santiago, formada em Engenharia Agronômica. Desde pequena tive o contato com a natureza, pois sempre vivia com meus pais em estradas e nossos jogos envolviam a natureza. Eu me divertia criando espaços diferentes para brincar.

Como engenheira agrônoma trabalhei muitos anos na área e lá acabei me relacionando com projetos que eram desenvolvidos no paisagismo. Com isso acabei me encantando pela área e fui treinando até obter o título de paisagista voltado para sustentabilidade.

Após ficar sem trabalho comecei a prestar serviços de jardinagem e aos poucos vi a necessidade de criar um grupo de trabalho, contratei mão de obra qualificada para o projeto, e a demanda foi crescendo cada vez mais. Trabalhei em grandes empresas e também no setor imobiliário, onde pude organizar e desenvolver projetos paisagísticos próprios.

Atualmente, com a situação da pandemia, tive que reorganizar o meu trabalho. Foi necessário atender as necessidades das pessoas possuírem plantas dentro das casas e dos apartamentos, orientar a criar espaços verdes, jardins residenciais, jardim vertical. Por estarem reclusas em casa essas atividades servem de terapia e causam bem-estar.

O que disse anteriormente, juntamente com a necessidade de trabalhar e prestar um serviço de qualidade com honestidade e profissionalismo (em falta no mercado em geral) me motivaram a criar um viveiros com espécies que são cuidadas e tratadas da melhor maneira para que alcancem qualidade, sejam saudáveis e bonitas.

Aue Paisagismo: Como é a área de paisagismo na sua região?

Pamela Valdés: O paisagismo está em declínio. Faz poucos meses que seu desenvolvimento em larga escala tem apresentado uma melhora, pois anda de mãos dadas com o setor imobiliário da região, que se intensificou pela construção de prédios nas comunidades mais periféricas e populares, pelo aumento da venda de grandes terrenos devido à situação atual da economia. Em função disso houve esse crescimento da demanda de paisagismo que melhora o lugar e o meio ambiente. Não somente em grande escala, mas também em pequena e média que embelezam espaços de convivência, casas e apartamentos.

Aue Paisagismo: Para você quais são os benefícios que o Paisagismo traz para os locais e as pessoas?

Pamela Valdés: Os benefícios são muitos. Está cientificamente comprovado que as pessoas que possuem mais contato com a natureza são mais felizes e saudáveis. Um lugar onde existe um projeto paisagístico é um lugar lindo, bem cuidado, convida as pessoas à contemplação e a relaxar, serve de lar para os pássaros e alimenta insetos benéficos contribuindo assim com o meio ambiente, melhoram o ganho de capital do local.

Aue Paisagismo: Na hora de projetar quais são suas principais idéias e as etapas que segue?

Pamela Valdés: A principal idéia é realizar o que o cliente pede, sempre usando meus conhecimentos de paisagismo e agronomia para criar espaços mais práticos, fáceis de manter, que sejam duradouros e funcionais.

Como etapas do projeto, primeiro eu faço uma reunião com o cliente para conhecer ele melhor e o terreno. Depois eu faço as medições do local, coleto os dados necessários e tiro algumas fotos.

Monto a primeira proposta e envio ao cliente. De acordo com as anotações de modificações que ele me passa eu refaço e envio uma segunda proposta com essas alterações.

Depois nos reunimos para acertar os detalhes para a realização do projeto.

Dependendo da magnitude, eu peço uma parte do valor para dar início ao trabalho. Após a finalização entrego o projeto no terreno pronto e recebo o restante do valor.

Aue Paisagismo: Quais são os maiores desafios e dificuldades?

Pamela Valdés: Os maiores desafios são adaptar os requisitos do cliente ao design real, converter os espaços em funcionais com base na dinâmica de utilização pelo cliente e sua família, saber se as espécies incorporadas estão de acordo com as atividades e os interesses do cliente e conseguir um jardim viável ao longo do tempo.

Como dificuldades seria o fato de trabalhar em solos bem deteriorados pois isso dificulta a escolha de espécies e como irão receber água, se fazendo necessário reabilitar a camada do solo. Outra dificuldade é fazer com que o cliente entenda a importância de uma boa manutenção após a implantação do projeto paisagístico.

Aue Paisagismo: Quem são suas referências de paisagistas?

Pamela Valdés: São duas mulheres, não sei se elas possuem o título de paisagistas, mas para mim, na sua essência, têm. A primeira é a María Luisa Langlois, onde tive o primeiro contato através de um livro infantil quando eu era criança, e nele ela ensinava como cuidar de jardins de uma forma bem simples e clara, cheio de desenhos. A segunda é a Tasha Tudor, admiro cada detalhe dos seus jardins, as combinações de cores e espécies, ela reflete o amor de cuidar de cada espécie.

Aue Paisagismo: Conte como conheceu a AuE e um projeto que utilizou o software PhotoLANDSCAPE.

Pamela Valdés: Em 2016 trabalhei em um grande projeto que tive que incluir várias etapas de paisagismo. Então comecei a procurar na internet algum software para comprar que me ajudasse nas apresentações e fosse simples de usar, pois eu não sei utilizar esses softwares avançados, e queria também evitar a contratação de um profissional.

Logo de inicio vi o site da AuE e fiquei impressionada com o software, com a qualidade e beleza das edições, fotos e pela facilidade de o utilizar.

Desde o primeiro contato com a empresa tudo foi fácil, a atendente educada teve muita paciência e respondeu todas as minhas dúvidas. Isso gerou uma confiança em mim e o interesse de adquirir o produto.

Utilizo o PhotoLANDSCAPE em diversos projetos, em específico cito o projeto que fiz para a Karine, aqui mesmo em Santiago, em uma pequena área de 60m². Ela queria que o local passasse uma boa energia e fosse alegre, então fiz o uso de plantas bem coloridas.