Plano de Recuperação de Áreas Degradadas: Guia Completo para Restaurar Vegetação NativaAutor: Victor Campanate - Data: 24/09/2024O Projeto de Recuperação de Áreas Degradadas ou Alteradas (PRAD) é um plano que detalha as ações necessárias para restaurar a vegetação nativa de uma área afetada. Este projeto deve incluir um diagnóstico ambiental da área, os métodos e técnicas a serem utilizados, além de um cronograma para a implementação e monitoramento das ações.O PRAD é necessário para as seguintes iniciativas de restauração:- Áreas de Preservação Permanente (APPs)- Reserva Legal- Áreas de Uso Restrito- Outras áreas alteradas e degradadas (como áreas de mineração e danos ambientais)- Manejo de espécies nativas, sejam naturais ou plantadas- Recuperação de ambientes naturais não protegidos- Arborização urbanaEste instrumento auxilia na regularização de imóveis rurais, fortalece a formação de corredores ecológicos no estado do Paraná para a conservação da biodiversidade, promove o adensamento de áreas naturais e o reflorestamento com espécies florestais nativas para exploração comercial sustentável, incentiva a implantação de sistemas agrossilvopastoris, projetos de fixação de carbono e a expansão de áreas verdes urbanas.Para a elaboração do PRAD, deve-se seguir a Portaria Instituto Água e Terra nº 170, de 01 de junho de 2020, que estabelece os procedimentos para a criação, análise, aprovação e acompanhamento da execução do PRAD.Chave de Tomada de DecisãoCom um diagnóstico preciso da área degradada, é possível adotar medidas e decidir sobre o método de restauração mais adequado. O Instituto Água e Terra (IAT) simplifica a interpretação desses diagnósticos através de uma chave de tomada de decisão, que sugere ações de restauração com base no diagnóstico, indicando os métodos mais apropriados para a área.Dependendo do tipo de degradação, diferentes técnicas podem ser aplicadas. A chave de decisão orienta a construção do projeto conforme o tipo de degradação identificado.Exemplos de soluções:Degradação do solo:Descompactação do soloControle da erosãoCorreção química do soloAdubação verde- Espécies exóticas invasoras:Aplicação de herbicida na parte aérea, capina manual ou com foice para indivíduos jovens de espécies arbóreas, gramíneas e pequenos arbustosCorte com motosserra ou machado, seguido da aplicação de herbicida nas cepas (tocos) em indivíduos adultosMétodos de RestauraçãoA legislação prevê quatro métodos principais de restauração:1. Condução da regeneração natural de espécies nativas:Este método envolve o controle periódico, químico ou mecânico, de plantas invasoras e lianas em desequilíbrio. Isso inclui o coroamento dos indivíduos regenerantes (plântulas e jovens) e o controle do mato em toda a área, além da eliminação de formigas cortadeiras. A adubação verde também é uma ação que auxilia na regeneração natural.2. Plantio de espécies nativas:Neste processo, mudas são plantadas de forma aleatória ou sistemática (em linhas), com espaçamentos variados conforme o relevo, o tipo de vegetação a ser restaurada e a velocidade desejada para recobrir o solo. O plantio combina espécies pioneiras e secundárias na área a ser recuperada.3. Plantio de espécies nativas conjugado com a condução da regeneração natural de espécies nativas:Em locais com fragmentos florestais próximos, essa alternativa é viável. Inicialmente, há o plantio de espécies, mas, se o solo ainda possuir um banco de sementes e houver fragmentos que sejam fonte de propágulos, a regeneração natural pode ocorrer.4. Plantio intercalado de espécies lenhosas, perenes ou de ciclo longo, exóticas com nativas de ocorrência natural, em até 50% da área total a ser recomposta:Este método é permitido para imóveis conforme o inciso V do caput do art. 3º da Lei Federal nº 12.651 de 2012. O plantio de espécies exóticas deve ser combinado com espécies nativas regionais, e a área recomposta com exóticas não pode exceder 50% da área total a ser recuperada.Além desses métodos, o Instituto Água e Terra (IAT) avalia outras formas de recuperação de áreas degradadas, desde que comprovada a eficiência e viabilidade da metodologia adotada e que os resultados tragam os benefícios ecológicos esperados.Indicadores de MonitoramentoNa adequação ambiental de um imóvel, seja rural ou urbano, surge a pergunta: Quando a área degradada em processo de restauração pode ser considerada recuperada?Embora o processo de restauração seja complexo, essa pergunta pode ser respondida de forma simplificada quando a área degradada adquire atributos bióticos e abióticos suficientes para se manter sem necessidade de intervenções adicionais. Esses atributos são mensurados através de ações de monitoramento, que acompanham o desenvolvimento da restauração.Os indicadores ecológicos utilizados no monitoramento garantem a segurança do desenvolvimento da área e estabelecem a necessidade de intervenções para o sucesso do projeto, proporcionando ganhos ambientais. Esses indicadores devem ser fáceis de aplicar, medir e avaliar, e representativos da área.Alguns indicadores importantes, regulamentados pelo órgão estadual, incluem:Cobertura de solo com espécies nativasDensidade de indivíduos nativosPresença de espécies exóticas invasorasRiqueza e diversidade de espécies na áreaVeja também:Rosa Trepadeira: Características, Curiosidades e Dicas de Cultivo para um Jardim Encantador.Mudança de Nomes Científicos de Plantas por Conta de Termos Racistas.Curso de Softwares para Irrigação: Sucesso em Botucatu. Compartilhar: TweetAnterior Próximo Comente esta matéria: Nome: E-mail: 9 + 5 = ? 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