MEMÓRIA DO PAISAGISMO NO BRASIL: Vivenciado pelo Eng. Agr. Rodolfo Geiser atuando em paisagismo 3
Autor: Rodolfo Geiser - Data: 06/04/2019
MEMÓRIA DO PAISAGISMO NO BRASIL: Vivenciado pelo Eng. Agr. Rodolfo Geiser atuando em paisagismo 3
PARTE TRÊS. .
CHRISTIANE RIBEIRO, arq. RT, sócia. .Arquitetos + Agrônomos + espaços + detalhes de arquitetura externa + vegetação.
Auepaisagismo: São 50 anos de experiência, de conhecimentos adquiridos e de grandes projetos realizados. Se quiser nos contar um pouco de sua trajetória, vamos ficar muito honrados.
Nos primeiros 25 anos trabalhei como profissional autônomo, elaborando projetos de jardins e parques, numa escala que denominamos "micropaisagismo". Inclusive um período em fui professor de Paisagismo na FAU- Brás Cubas, em Mogi das Cruzes, por cerca de dois anos. E, na escala do "macropaisagismo" dei consultoria para empresas citadas com o "Sobloco", METRÔ, DERSA, EMPLASA, Hidrobrasileira, Themag Engenharia, algo que floresceu perfeitamente até toda década de 1980.
Aos poucos fui sentindo a necessidade de ter uma empresa "independente" e não vinculada a algo mais amplo, como por exemplo, todo um Departamento de Arquitetura de um Metrô ou Hidrobrasileira ou Themag.
Em 1987 abri a atual "RGPMA SS Ltda" juntamente com o arquiteto Olavo Oncken, com quem fiz diversos projetos de paisagismo em coautoria. Logo em seguida entrou o arquiteto Márcio Ferraz, que abriu horizontes em minha maneira de pensar. Infelizmente a crise econômica provocada pelo recém eleito Presidente Collor, atrapalhou nossos planos e cada um seguiu seu próprio caminho.
Crises à parte, foi nesse período que começamos a participar de tomadas de preço e concorrência para projetos de paisagismo. Vieram hotéis, indústrias (ALCOA, GM, ALCAN, ...) e empresas como CDHU e SESC.
De entremeio fizemos também alguns jardins particulares, em prédios residenciais. O grupo Zillo-Lorenzetti volta e meia nos convidava para elaborar projetos. Foi nesse período também que começamos a entregar projetos em, via eletrônica, pelo sistema CAD.
Os projetos tornavam-se cada vez mais elaborados incluindo também cada vez mais o que se poderia denominar no "micro" uma "arquitetura externa", diferentemente do que ocorria no início: tudo muito simples, desenhos à mão, a lápis ou tinta nanking. Em CAD, tornaram-se frequentes projetos com 10, 20 e mais pranchas de desenho.
A impressão que fica em minha mente, é que apresentar desenhos em via eletrônica, ficou mais importante que a própria conceituação e criação da obra.
Certa vez, levamos desenhos em via eletrônica para mostrar nosso projeto ao cliente e o resultado é que o casal ficou muito mais impressionado e interessado vendo uns croquis feitos à mão que levamos conosco. Nessa situação certamente caímos em reflexões que nos levam ao filósofo Walter Benjamin: quando trata da questão do impacto da obra de arte original no observador.
Original da mão do artista e não cópias como de gravuras ou de toda obra cinematográfica; o impacto de uma obra de arte deve ser através do original para que o observador "capte o espírito" da mesma.
Atuação de parceria e coautoria entre AGRÔNOMOS E ARQUITETOS.
Minha busca por arquitetos parceiros para uma equipe igualitária sempre foi uma constante preocupação. O primeiro deles foi o Olavo Oncken, com uma enorme sensibilidade na apreciação e fruição da paisagem. Acho que logo depois de formado, uma vez que o conheci antes na prática do zazen. Ai vieram diversos outros, as vezes em casos isolados.
O Fábio Penteado me apresentou ao Luis Carlos Pereira de Almeida, da SOBLOCO e participei de dois projetos dessa empresa: um em São Carlos e a "Riviera de São Lourenço" em Bertioga, SP.
Lá por 1989, o Décio Tozzi me convidou para projetar os bosques e a vegetação do "Parque Villa Lobos", de sua autoria, em São Paulo. Como sócios na empresa nossa de projetos, além do Olavo, o Ricardo Lobo de Andrade, o Márcio Ferraz e após 1997, a Christiane Ribeiro, que começou como desenhista em 1987 e continua até hoje, como sócia Responsável Técnica.
Christiane, além de arquiteta é formada em História. Vários escritórios tem nos convidado à elaborar projetos de paisagismo: o Borelli-Merigo, o Delberg Ponce de Leon de Fortaleza, o Daniel Fernandes.
Sobre a escala gráfica dos projetos de micro e macropaisagismo.
Micropaisagismo refere-se à jardins e parques, quando atuamos na escala do m2, elaborando projetos nas escalas de 1:50 à 1:500. Em parques maiores podemos começar a trabalhar nas escalas 1:2000 e 1:1000 e, ao detalharmos, vamos projetando desenhando em diversas escalas, ou seja, vamos ampliando para escalas de 1:500, 1:250, 1:50, conforme as necessidades técnicas de melhor detalhar o que se pretende.
Macropaisagismo, quando atuamos na escala do km2. Neste caso trabalhamos nas escalas de 1:50.000, 1:25.000, 1:10.000, 1:5000, e cada vez menores conforme as necessidades de detalhamento.
Refere-se às interferências mais vinculadas à uma região, ao território de um município, uma bacia hidrográfica, uma região rural ou urbana ou de interface entre uma e outra. Onde as interferências estão ligadas à uma dada geomorfologia, ao que em agronomia denominamos de "Classes de uso do solo"(conceito que serve tanto para planejar a agropecuária, quanto para a preservação e manejo dos recursos naturais renováveis), à aplicação e implantação do Código Florestal e do Código das Águas - estes em termos legais e técnicos, ao controle da erosão evitando o assoreamento da hidrografia que afeta também a vida na água dos rios.
Numa área "super-macro", entre 1:100.000, 1:500.000, pode-se pensar a organização de toda a paisagem de uma nação. Por exemplo, a título de aperitivo, sobre a ocupação da Amazônia via fluvial sem a construção de estradas, ou, limitá-las ao mínimo indispensável.
REGRA: para Paisagismo, seja na micro ou na macro paisagem: A VEGETAÇÃO É MATERIAL DE CONSTRUÇÃO. A vegetação é o que proporciona o toque final na paisagem: aquela que protege o solo, evita a erosão e a sedimentação, que permite a absorção no solo da água da chuva, compõe e abriga toda a diversidade biológica e que compõem os espaços verdes onde o homem habita, tanto na zona urbana quanto na rural.
Auepaisagismo: São inúmeros os projetos desenvolvidos por vocês, em especial pela Arquiteta Christiane Ribeiro: residenciais, condomínios, parques e macropaisagens. Podem apontar quais foram os que lhes trouxeram maiores satisfações? .
Christiane trouxe novo ímpeto nos desenhos. Maior qualidade e preocupação com detalhes. Atender grandes empresas de engenharia e arquitetura que, pela dimensão da obra, exigem um cuidado muito maior na produção dos desenhos finais executivos. Perspectivas. Todos projetos abaixo são de nosso escritório.
A título de ilustração, em sequência, abaixo, duas imagens mostrando um estudo de nosso escritório para o jardim no terreno do fundo de uma residência em São Paulo. Caminhos, local de estar, espaços verdes e luz do sol.


Em sequência fotos de projeto de paisagismo executado em edifício residencial, onde se projetou toda a parte externa, incluindo circulação, pátios, pisos, muretas, divisões, jogos de água, equipamentos de estar, lazer, bancos, jardineiras, vasos e a vegetação. Fotos no dia da inauguração.
Foto paisagismo da parte externa de edifício residencial no dia da inauguração. Queda de água e pequenos espelhos de água.
Foto paisagismo da parte externa de edifício residencial. Áreas de estar, bancos e integração com área do térreo do edifício.
Foto paisagismo da parte externa de edifício residencial no dia da inauguração. Vista da lateral externa do térreo, com piscina. Projeto de pisos, pátios.
Foto paisagismo da parte externa de edifício residencial no dia da inauguração. Em primeiro plano pátio com equipamentos de play ground para crianças.
Nossa atuação vai também para paisagismo na sede de fazendas. Integração entre construções, residência, paisagem externa. Manutenção da visual de paisagens da propriedade.
Foto projeto incluindo passeios de integração com os diversos usos da sede.
Foto.- Integração visual com pontos de interesse, mantendo visuais incorporando a paisagem da propriedade.
Na integração da paisagem da sede da fazenda, criação de jardins.
... e pátios de estar junto à vegetação.
Em sequência, abaixo, fotos do paisagismo do Kuriuwa Hotel, em Monte Verde, MG., onde as preocupações básicas foram: preservação da vegetação existente, locação das edificações e circulação de veículos, em colaboração com o arquiteto RAUL DI PACE autor do projeto das edificações. Projetamos detalhes arquitetura externa, tais como circulação de pedestres, de decks e pontes em madeira + acomodação com topografia + colaboração com arquitetura na locação das edificações + vegetação complementar.
Fotos Kuriuwa Hotel, Monte Verde, MG. . Entrada de acesso e caminhos em decks e pontes em madeira.
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