Os benefícios das Plantas Medicinais
Autor: Laura Oliveira Pires - Data: 15/06/2021
O uso das plantas para o tratamento e alívio de enfermidades pelos humanos é milenar, e vem acompanhando e se desenvolvendo junto aos avanços tecnológicos. As sociedades antigas descobriram plantas de interesse para saúde por tentativa e erro ou por observação de outros animais, preservando e passando estes conhecimento ao longo das gerações e permitindo que, hoje, a pesquisa científica estude as substâncias e metabólitos presentes nas plantas e desenvolvam métodos de uso eficazes e seguros. A grande maioria dos fármacos produzidos hoje foram desenvolvidos baseados em conhecimentos populares e tradicionais, evidenciando a importância de se valorizar e preservar este elemento cultural.
O rigor de identificação das plantas medicinais a serem usadas é importante, pois espécies similares podem ter diferentes concentrações das substâncias de interesse e, portanto, causar efeitos distintos no organismo. Porém, com o conhecimento adequado no momento de colheita das plantas, seu uso medicinal é essencial para suplementar o uso de fármacos, oferecer alternativas de terapia e até ser a única opção de tratamento para quem não tem acesso a fármacos industrializados.
Além do cuidado ao identificar a planta a ser usada, é importante pesquisar os métodos de preparo e consumo. O uso da planta fresca, recém colhida, ainda é o mais comum quando se é possível, mas o ressecamento das partes da planta é uma alternativa amplamente utilizada quando se necessita que a planta seja preservada por maior tempo. Os métodos de preparo irão de acordo com a planta utilizada e os males que se querem tratar, podendo utilizar as plantas por meio de preparação de chás, cataplasmas, xaropes, tintura, vapores, etc.
O banco de dados da AuE se aproxima de 4000 espécies de plantas nativas e exóticas cadastradas, com cerca de 3000 destas já disponíveis aos clientes, trazendo informações de ambiente, forma, cultivo e, no momento, estamos trabalhando para expandir as informações para também incluir possíveis usos medicinais, além de elementos de cultivo agroecológico como consórcios, controle de pragas, ciclo, toxicidade, etc. Essas informações podem ser consultadas no site paisagismodigital.com e dentro dos programas da AuE.
Para a parte das plantas medicinais, procuramos revisar as plantas que já tínhamos no sistema e pesquisar se possuíam potenciais usos medicinais, assim como procuramos sempre acrescentar novas espécies ao sistema, por meio de consulta a bibliografia, a artigos científicos e fontes especializadas em plantas medicinais. Um livro de grande referência utilizado foi “Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas”, escrito por Harri Lorenzi e F.J. Abreu Matos, da Editora Plantarum. Conduzimos a pesquisa focando nas partes das plantas que seriam utilizadas, o modo de preparação e os sintomas que se procura tratar. Identificamos plantas que podem ser usadas para tratar sintomas como: pressão alta, má digestão, insônia, estresse, reumatismo, gota, dor nas juntas, febre, diarréia, contusão, dor de cabeça, baixa imunidade, colesterol alto, anemia, dor de garganta, problemas cardíacos, problemas sanguíneos, hipoglicemia, sangramento, osteoporose, câncer, cálculos biliares, cirrose, lesões de hanseníase, tumores, úlcera, raquitismo, disenteria, diabetes, prisão de ventre, inflamações, cansaço físico, feridas, inflamação, problemas respiratórios, artrite, sífilis, problemas renais, queda de cabelo, frieira, e muitos outros.
As plantas medicinais são um recurso importante para a população, mas devemos ressaltar que seu uso não deve ser feito indiscriminadamente, sendo sempre essencial procurar um profissional especializado que passe as orientações e tratamentos mais adequados e seguros para cada pessoa.
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