Florescendo com o Tempo: Maria Paula Orlando e sua Trajetória de 26 Anos como Paisagista
Autor: Giulia Wogel - Data: 04/01/2024
A arquiteta formada pela FAAP em São Paulo, é uma profissional com vasta experiência, que acredita que o paisagismo é uma extensão da arquitetura e que o respeito pelo projeto vem em primeiro lugar.
Antes mesmo de Maria Paula cursar a faculdade sua decisão de carreira já pendia para um lado mais naturalista. Uma de suas opções, além de Arquitetura e Urbanismo, era Engenharia Florestal. Por ser algo que ela já gostava, tentava durante sua graduação na FAAP se familiarizar mais com a área, buscando cursos técnicos externos e estágio em paisagismo, que acabaram complementando a faculdade. Hoje, ela é especializada em paisagismo pela Universidad Politècnica da Catalunya em Barcelona, tem seu próprio escritório de arquitetura e ministra o curso de Jardins Verticais no Centro Paisagístico Gustaaf Winters, assim como cursos online.
As Dificuldades do Passado
Maria Paula iniciou sua faculdade em 1992 e, num momento que os softwares e as novas tecnologias de arquitetura estavam surgindo, apresentavam para ela o CAD. Em relação a essa adaptação, ela diz:
"Nossa, foi um susto no começo! O CAD era um computador enorme na nossa frente e a gente não sabia nem por onde começar, dava medo né."
Contudo, de acordo com ela, conseguimos perceber atualmente os benefícios trazidos pela tecnologia: os projetos são feitos mais rapidamente, da mesma forma que a cobrança pela agilidade no trabalho aumentou. Em seu escritório de arquitetura paisagística, 95% dos projetos são focados em áreas externas e, a respeito do seu tempo de profissão, Maria Paula responde que a principal fórmula para o sucesso é ser apaixonada pelo seu trabalho. Para ela, as dificuldades do passado se transformam em motivação a ir cada vez mais longe, procurando sempre aprender, pesquisar e se informar.
O Paisagismo em Piracicaba
Seu escritório é localizado na cidade de Piracicaba, no interior de São Paulo. Porém, graças a tecnologia, Maria Paula cria projetos de forma online até para outros estados. Na sua visão, o interior em geral anda bastante procurado. Principalmente depois da pandemia, o êxodo da capital cresceu, e a demanda na sua região também. A partir disso, por mais que Piracicaba já tenha recursos em seu ensino para a formação na área de paisagismo, Maria Paula reafirma a importância de buscar paralelamente cursos e parceiros, a fim de estar ainda mais antenado no mercado multifuncional e multidisciplinar como o de paisagismo.
Quando se trata da diversidade de espécies da região, não é difícil a função de encontrar uma grande variedade. A região de Piracicaba fica perto de cidades como Holambra e Limeira, que abrangem uma gama maior de vegetação a apenas alguns quilômetros de distância.
As Responsabilidades de uma Profissional
Maria Paula tem em seu trabalho um compromisso com o "respeito pelo projeto". Em sua opinião, quando se trabalha com áreas externas é necessário entender e respeitar a arquitetura presente, pois o paisagismo é um projeto complementar, que envolve outros profissionais e um projeto arquitetônico já aprovado. Por isso, ela diz conseguir se manter com bons parceiros, que confiam em seu trabalho e a convidam novamente para novos projetos.
"A gente tem que se colocar junto ao cliente e dizer "até onde eu vou", porque as vezes a gente entra num projeto e já tem a área pronta externa. Mas, tem obras que a gente trabalha da soleira pra fora... Eu preciso entender o que a arquitetura está pensando para entregar um projeto único para o cliente, precisa ter essa ligação entre todos."
Além de projetos residenciais, ela também atua em parques aquáticos, construtoras, prédios residenciais e hotéis. Maria Paula conheceu os nossos softwares nas primeiras feiras de paisagismo da Fiaflora, há 25 anos, e desde então a Aue a acompanha em seus projetos.
"Eu comecei com o AutoLANDSCAPE e hoje a gente percebe uma agilidade na hora do projeto de plantio, principalmente projetos onde eu tenho áreas maiores onde eu preciso definir a forração, uma vegetação de médio porte, e essa tabela a gente tem automática. Eu vejo que facilitou demais. O PhotoLANDSCAPE eu trato como um estudo preliminar, então em uma consultoria, o photo vem superlegal, porque a gente fotografa a área que a gente quer e insere as plantas, agiliza muitas vezes uma conversa com o cliente."
Como profissional, a sua "marca" nos projetos são, na verdade, os próprios clientes. Mesmo gostando de trabalhar com folhagens e plantas tropicais, o mais importante é conseguir se adequar ao estilo do projeto e a expectativa do cliente. A partir disso, ela conclui que as pessoas hoje em dia estão prestando mais atenção nos detalhes do jardim, para muitos está se tornando algo não só visual, mas que você pode usar e curtir. Dessa forma, é preciso pensar em um futuro paisagismo mais sustentável, mais fácil de cuidar, com necessidades hídricas menores, que a água é utilizada com ponderação, com plantas nativas e regionais, plantas alimentícias não convencionais e mais comestível.
Dicas para os Iniciantes
Por fim, Maria Paula deixa uma dica que aprendeu em todos esses anos como profissional de arquitetura e paisagismo:
"Nunca pare de estudar, ir atrás, ver as novidades, lançamentos, cursos... É a dica que eu dou para quem está começando e quem não está."
Assista a entrevista completa
Veja também:
A Jornada de Aldecy Gonçalves e a Transformação Digital na Profissão de Paisagista
A História da Engenheira Ambiental Haline Nobre Cezar e sua transição para o Paisagismo
João Paulo Agostinho: Do Varejo ao Paisagismo uma história de muita persistência e paixão
Anterior Próximo