Entrevista com a paisagista Rosalba Matta Machado
Autor: Adriana Corrêa - Data: 08/12/2004
Formada em Engenharia Agrônoma pela Universidade Federal de Brasília (UNB), a paisagista Rosalba Matta Machado equilibra técnica e arte na busca da harmonia perfeita. Projetos de jardins, iluminação, lagos, gramados e pomares são a sua especialidade. Atuando no Distrito Federal, Tocantins e Bahia, a paisagista trabalha de forma diferenciada e independente na criação de projetos e soluções para paisagismo em geral. Na carreira, acumula cinco anos bem sucedidos e mostra que ainda tem muita criatividade e disposição para criar. Em entrevista para a Revista Digital AuE Soluções, Rosalba fala da profissão, conta um pouco da sua trajetória e revela algumas técnicas de sucesso.
AuE: Por que decidiu ingressar na profissão de paisagista?
Rosalba: O interesse surgiu na Universidade, onde comecei a estudar as técnicas de paisagismo. Meu primeiro trabalho foi um jardim em um apartamento residencial. O cliente pediu e eu fiz o projeto sozinha. No início, fiquei insegura quanto à sua opinião, não sabia se ele ia gostar do resultado. Mas no final deu tudo certo. Ele gostou do serviço. Depois, fiz inúmeras outras obras. E, assim, fui aperfeiçoando diversas técnicas e adquirindo mais confiança no meu trabalho.
AuE: Há preferência por algum estilo ao executar a obra?
Rosalba: Gosto do estilo tropical, ou seja, aquele em que predominam as plantas nativas. Procuro aproveitar a diversidade de tons, formas e cores da nossa vegetação para criar o meu estilo pessoal. Prefiro os espaços limpos e bem delimitados, que dão um visual mais "clean" à paisagem. Busco a beleza estética e a organização no trabalho paisagístico, pois dá uma sensação de harmonia e bem-estar para o morador ou visitante do local. Esse equilíbrio é fundamental. Por isso não misturo plantas temperadas com tropicais. Por exemplo, se utilizar uma palmeira, a conífera não entra e vice-versa. São vegetações distintas, não podem ser encontradas na mesma região de forma natural. Misturar componentes de maneira desordenada pode não ser legal. A natureza tem sua própria organização e deve ser respeitada.
AuE: Na sua opinião, o que caracteriza um bom projeto?
Rosalba: A interação do profissional com o cliente é imprescindível para o desenvolvimento de um bom projeto. Na nossa profissão, muitas vezes, é preciso descobrir o objetivo implícito das pessoas, sentir o que o outro quer pela sua maneira de agir e se expressar. Acho que o paisagista deve entender o desejo do cliente, mas sem deixar de impor a sua arte. Para isso, é necessário convencê-lo de que, em alguns casos, a solução pretendida nem sempre é a mais adequada. O bom projeto é aquele que atende à expectativa do cliente da forma correta, segundo orientação profissional.
AuE: Utiliza alguma tecnologia na criação dos seus projetos?
Rosalba: Uso o software AutoLANDSCAPE em todos os meus projetos para conceber, executar e orçar a obra. Recentemente, adquiri também o PhotoLANDSCAPE, que permite a simulação gráfica dos projetos. Estes recursos garantem um trabalho com rapidez e qualidade. Em uma época em que o tempo é cada vez mais precioso, não dá para não usufruir das novas tecnologias.
AuE: Qual a principal dificuldade do profissional de paisagismo?
Rosalba: Acho que é a falta de confiança do cliente. Isso acontece porque há muitos profissionais no mercado que não estão habilitados para trabalhar com paisagismo. E, por não terem conhecimento suficiente na área, acabam entregando um projeto inacabado ou de má qualidade. Para evitar esse tipo de problema, é importante que o cliente verifique se o paisagista contratado tem licença do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA) para atuar como profissional. De acordo com o CREA, apenas Engenheiros Florestais, Agrônomos e Arquitetos, além de Paisagistas com formação superior, estão habilitados a planejar, executar e implantar projetos paisagísticos.
AuE: Dentre os seus projetos, qual deles merece destaque?
Rosalba: Aqueles em que há liberdade de criação são, sem dúvida, os melhores. As restrições financeiras e criativas são o principal entrave para a concretização de uma obra de destaque. Fiz alguns trabalhos em que pude exercitar a minha liberdade criativa, entre eles, destaco um projeto no Lago Norte, em Brasília, Distrito Federal. No terreno de 5 mil m2 predominam plantas grandes de clima tropical. A grande preocupação era a harmonia com a arquitetura da construção. O resultado superou as expectativas.
AuE: Qual o seu último trabalho?
Rosalba: Estou trabalhando no projeto de cinco residências e um prédio comercial no Distrito Federal. São trabalhos pouco elaborados, com uma característica mais formal, nos quais os clientes optaram por jardins de baixa manutenção, em que a vegetação não necessita de podas freqüentes, nem apresenta queda acentuada de folhas em determinado período do ano. Para tanto, utilizo plantas perenes, gramíneas e outros recursos que atendem a essa condição.
Rosalba Paisagismo
61 3577 4777 - 8434 4777
rosalba.com.br
- Projeto:
Entrevista com autor:
Data de publicação: 07/12/2004
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