Plantas ornamentais: Botânica para Paisagistas III
Autor: Diego R. Gonzaga - Data: 09/10/2012
N essa última sequência sobre entendimento técnico da nomenclatura Botânica, iremos ver sobre a questão das variedades, formas, híbridos e cultivares.
Para quem chegou agora, veja os artigos dos meses anteriores:
Plantas ornamentais: Botânica para Paisagistas I
Plantas ornamentais: Botânica para Paisagistas II
O uso de plantas ornamentais é uma atividade que acompanha o homem desde a Antigüidade. Civilizações primitivas já percebiam plantas com caracteres peculiares e passavam a cultivá-las simplesmente pelo prazer estético. O uso de plantas ornamentais está relacionado diretamente com questões de relevância nos campos ambiental e socioeconômico.
O consumo de flores e plantas ornamentais em todo mundo vem aumentando ao longo dos anos. A produção e o consumo de flores e plantas ornamentais no Brasil vem acompanhando a tendência de expansão do mercado mundial, que também vem crescendo a cada ano. Os produtos nacionais como flores tropicais, bromélias, orquídeas, entre outros, têm estimulado novos mercados, sendo bastante competitivos no mercado mundial.
Neste artigo serão destacadas as diferenças entre variedades cultivadas, variedades naturais, híbridos e formas.
Como exemplo, vejamos as seguintes plantas.
Osteospermum ecklonis ´Neptune´
Agave americana var. Picta
Alocasia × mortfontanensis
Pontederia cordata fo. albiflora
Lilium ´Love Story´
Foto: Guilherme Motta
Família: Asteraceae
Nome científico: Osteospermum ecklonis ´Neptune´
Note que, quando encontramos plantas com o Gênero + epípeto específico + Cultivar entre aspas, da maneira que está escrito acima em nome científico, o nome que consta em aspas é a variedade cultivada (ou cultivar). A designação dada a determinada forma de uma planta cultivada, correspondendo a uma determinada característica genética que foi selecionada e recebeu um nome único e devidamente registrada com base nas suas características produtivas, decorativas ou outras que o tornem interessante para o cultivo. A atribuição de um nome a um cultivar é obrigatoriamente feita em conformidade com o estabelecido no Código Internacional de Nomenclatura de Plantas Cultivadas - ICNCP.
Foto: Guilherme Motta
Família: Asparagacee
Nome científico: Agave americana var. Picta
No caso acima, a indicação var. Picta se refere a uma variedade natural da planta. Neste caso a nomenclatura apresenta o prefixo var. e o nome da variedade é apresentado sem aspas. Isso acontece devido ser uma variedade natural, uma planta encontrada na natureza de forma natural.
Foto: Guilherme Motta
Família: Araceae
Nome científico: Alocasia × mortfontanensis
Nomes científicos que apresentam um "x" como no exemplo acima, indicam que esta planta é um híbrido, ou seja, um cruzamento de duas espécies que deram origem a uma nova espécie.
Foto: Guilherme Motta
Família: Pontederiaceae
Nome científico: Pontederia cordata fo. albiflora
E referente a forma (fo.) ocorre quando plantas que tem pertencem a mesmo gênero e espécie podem apresentar alguma característica diferente entre si, que não é designado como uma variedade natural, ou seja, a mesma planta com forma diferente. E o nome dessa forma designa uma característica que a diferencia.
Foto: Guilherme Motta
Família: Liliaceae
Nome científico: Lilium ´Love Story´
Neste último exemplo, o nome científico não apresenta o epíteto específico, ficando resumido ao gênero e ao cultivar. Isto ocorre pois este é um híbrido de várias espécies ou híbridos.
As variedades cultivadas e os híbridos são plantas criadas em laboratório que normalmente possuem registro de patente no órgão regulador de cada país, no caso do Brasil o Serviço Nacional de Proteção de Cultivares - SNPC está vinculado ao Ministério da Agricultura. O Brasil, assim como Portugal, são signatários da Convenção Internacional para a Proteção das Obtenções Vegetais.
Acredito que com todas essas informações muitas dúvidas sobre o conteúdo técnico da Botânica foram esclarecidos, tornando universal e de acesso a todos os conhecimentos sobre o tema proposto.
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