Mapeamento mostra que ausência de planejamento de arborização prejudica qualidade de vida

Autor: Diretoria de Comunicação -UFJF - Data: 28/09/2007

O Projeto "Estudo Biogeográfico das Áreas Verdes em Juiz de Fora", desenvolvido desde 2003 pela professora do Departamento de Geografia da Universidade Federal de Juiz de Fora, Cássia de Castro Martins, com o auxílio da bolsista Renata Geniany, demonstrou que a ausência de um plano de arborização vem prejudicando a qualidade de vida dos juizforanos. O estudo mostra como os bairros da Região Urbana da cidade estão carentes de vegetação e tem como objetivo avaliar a qualidade de vida da população, com base no Índice de Áreas Verdes (IAV), propondo também um planejamento de arborização para esta região da cidade.

Já foram mapeadas 26 regiões urbanas, todas correspondentes ao setor do Centro de Juiz de Fora, os demais setores (sudeste, sul, oeste, nordeste, noroeste e norte) já estão em andamento. A única região que atendeu ao IAV determinado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) foi a do bairro Mariano Procópio, devido à presença do parque do Museu Mariano Procópio. O IAV é um índice utilizado como um indicador da qualidade de vida de uma determinada população. Seu cálculo é feito somando-se toda a superfície de áreas verdes presente e dividindo-a pelo número de habitantes, dada em metros quadrados. A Organização Mundial da Saúde (OMS) sugere um IAV mínimo de 12m²/habitante.

Os principais motivos para a falta de áreas verdes em Juiz de Fora são: o rápido crescimento da cidade, sem um planejamento adequado, estruturado pela especulação imobiliária e voltado para a verticalização; e a falta de um plano de arborização urbana. Cidades como Porto Alegre e São Paulo já contam com este plano para direcionar a implantação de arborização; e a importância da arborização pelos seus aspectos sociais e ecológicos, não apenas pelos aspectos estéticos. A população deveria ser a principal reivindicadora e fiscalizadora da vegetação existente; a falta de planejamento na escolha das espécies implantadas gera conflito com o passeio, calçada e fiação, por exemplo. Esta arborização, então, acaba sendo retirada sem a reposição de um indivíduo mais adequado àquela situação. Este fato está ligado à falta de preocupação do poder público e da população, que na maioria das vezes enxerga a vegetação como "sujeira" ou um incomodo, sem dar valor aos seus reais benefícios.

Segundo a elaboradora do projeto, Cássia de Castro Martins, apesar dos benefícios oferecidos pelas áreas verdes já serem comprovados, não é ainda objeto de preocupação do poder público, no sentido de estabelecer políticas específicas de proteção e multiplicação destas. Constatou-se que 22 das 26 regiões urbanas analisadas apresentaram um IAV abaixo de 1m²/hab (Fábrica, Morro da Glória, Santa Catarina, Vale do Ipê, Jardim Santa Helena, Jardim Paineiras, Dom Bosco, São Mateus, Santa Cecília, Mundo Novo, Alto dos Passos, Boa Vista, Bom Pastor, Vila Ozanan, Granbery, Centro, Botanágua,Centenário, Santa Terezinha, Eldorado, Cascatinha), ou seja, mais da metade das regiões estudadas na área central da cidade, que apresenta maior densidade de pessoas, veículos e atividades, não possui nenhuma área verde que atenda efetivamente a qualidade de vida desta população. Logo, os baixos resultados obtidos nesta pesquisa vêm comprovar esta não contribuição e a falta de preocupação por parte do governo.

Ainda de acordo com Cássia, a presença de áreas verdes não só beneficia os moradores no aspecto ecológico como desempenha um papel social e estético. A vegetação desenvolve uma série de funções que contribuem para a melhoria do ambiente urbano, proporcionando conforto térmico a partir do sombreamento; conforto lúmnico; conforto sonoro; melhoria na qualidade do ar e da água de escoamento superficial; contenção do processo erosivo; garante a estabilidade emocional quebrando a monotonia do cinza dos prédios; valorização visual e ornamental; prevenção de inundações; redução da pressão sanguínea e aumento da produtividade no trabalho; valorização local, redução da fadiga mental e aumento da qualidade de vida. A ausência das áreas verdes aumenta o desconforto gerado pela urbanização.

Pesquisas no Laboratório de Estudos da Paisagem (LABEP) já visam uma proposta de implantação da arborização, a partir dos estudos que vêm sendo realizados. Apesar da saturação da região urbana, o trabalho de campo para avaliar a arborização existente, iniciado no começo deste ano, mostra que algumas ruas podem ser arborizadas. E quanto às áreas verdes, o estudo ainda será levantado.

"É preciso levar até a população e ao poder público a importância de manter a vegetação existente e tentar multiplicá-la no meio urbano e, principalmente, nas áreas de crescimento da cidade, na tentativa de evitar o quadro de problemas apresentados nas áreas já urbanizadas", diz Cássia.

É previsto que até o final deste ano serão finalizados o mapeamento e os cálculos do IAV para todas as regiões urbanas da cidade de Juiz de Fora.

Outras Informações: Departamento de Geociências: (32) 3229-3108


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1 - Autor: MARIA APARECIDA MIRANDA - Data: 06/05/2010 17:38:23

achei super importante porque estou elaborando meu tcc e so veio acrescentar na minha pesquisa sobre arborização.




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