A surpreendente história do Seminário da Floresta
Autor: Marinês Eiterer - Data: 11/12/2017
Acervo Seminário da Floresta
Visitei recentemente uma propriedade rural, no município de Juiz de Fora, conhecida por "Seminário da Floresta". Está localizada numa das principais áreas verdes do município e lá, diferente de muitos lugares, tem água. Uma propriedade de 15 hectares, com 3 nascentes, como uma produção de 16 mil litros de água por dia. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que uma pessoa tenha disponível, no mínimo 100 litros de água, por dia, para que suas necessidades básicas sejam atendidas. Pegue a calculadora e faça as contas.
A interessante história do Seminário da Floresta começa como a doação de 15 hectares de terra, pelo casal João Penido Filho e Maria Carolina de Assis Penido, para missionários da Congregação do Santíssimo Redentor, em 1946, para a construção de um seminário. Na época, no local havia apenas uma pastagem. A floresta nativa não existia mais no local. Juiz de fora está na região da zona da Mata Mineira, a Mata, como era conhecida no passado, faz parte do bioma Mata Atlântica. Muita coisa mudou, desde então.
Lá foi construído um grande prédio, que ainda existe e está bem conservado. Durante 24 anos o espaço abrigou os seminaristas da Congregação do Santíssimo Redentor (C.Ss.R), do Rio de Janeiro. Atualmente, este espaço privilegiado se tornou uma casa para realização de eventos.
Na sua parte externa foram projetadas alamedas de árvores frutíferas como mangueiras (Mangifera indica), abacateiros (Persea americana), ameixeiras (Eriobotrya japonica). E, espécies amazônicas como o cupuaçu (Teobroma grandiflorum), cacau (Theobroma cacau), mandovi (Sterculia apetala) e o mogno (Swietenia macrophylla), a madeira mais valiosa do Brasil. Também foram plantadas espécies nativas da mata-atlântica como pau-brasil (Caesalpinia echinata), jatobá (Hymenaea courbaril), a jussara (Euterpes edulis) cedro (Cedrella fissilis), por exemplo. Depois de 70 anos existe lá uma pequena floresta, contribuindo com a infiltração da água no solo. O que ajudou a manter a água jorrando nas nascentes. Uma floresta pode colaborar com a infiltração de 80% da água da chuva, no solo. Hoje, percebemos como foi importante o trabalho paisagístico desses missionários, para a formação desta floresta, para conservação das espécies de árvores e da água.
Agora o "Seminário da Floresta" passa por uma nova etapa para proteger e recompor a vegetação no entorno das nascentes. A administração do Seminário da Floresta pretende dessa forma aumentar ainda mais sua produção de água, dando continuidade ao trabalho conservacionista dos primeiros missionários.
Acervo Seminário da Floresta
Nomes dos padres da foto
De pé: Fr. Mário Gonçalves, F. Cozzi, Pe. Nilton Fagundes Hanck, Pe. Henrique Broekhuizen , F. Virgílio Rosa Neto, Fr. Lúcio Pinho, Fr. João Fagundes Hauck, Fr. Fonseca, Ir. Henrique Koene, Ir, Bonifácio de Groof, Fr. Raimundo de Almeida, Fr. Raimundo de Almeida, F. José Miguel do Líbano, Fr. Antônio Portes e Pe. Mathias Moooney
Sentados:
Fr. José Luciano J. Penido, Fr. Marcos Guabiroba, Pe. Antônio Smithuis, Fr. Alberto Ferreria Lima, Fr. José de Castro Filho, Pe. Everardus Alberto Pasdeloup (Reitor), Pe. Bonifácio Van Gemeil e Fr. José Nogueira.
Acervo Seminário da Floresta
Acervo Seminário da Floresta
Acervo Marinês Eiterer
Acervo Marinês Eiterer
Palmeira-juçara (Euterpes edulis), palmeira brasileira ameaçada de extinção.
Acervo Marinês Eiterer
Alameda das mangueiras.
Acervo Marinês Eiterer
Guaimbê-de-folha-ondulada (Philodendron undulatum)
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