Cercas Vivas Protetoras: Plantas Espinhosas para Paisagismo e Segurança
Autor: Victor Campanate - Data: 05/08/2024
Assim como todo ser vivo, as plantas também possuem suas próprias defesas. Algumas utilizam métodos mais sutis, como óleos que causam incômodos. Outras, por sua vez, conseguem produzir até mesmo toxinas e venenos fatais. Ainda assim, o sistema de defesa mais conhecido da flora são, com certeza, os espinhos.
Comumente relacionados à um incômodo ou até mesmo um perigo para o homem, a natureza espinhenta de certas plantas e flores pode servir para proteger sua casa. Tudo isso graças ao paisagismo. A implantação de cercas-vivas e até mesmo um posicionamento estratégico dessas belas, porém perigosas, flores pode fazer com que façam a diferença para proteger um ambiente.
1- Coroa-de-espinhos/coroa-de-cristo (Euphorbia milli)
Nativa de Madagascar, a Euphorbia milli é conhecida por suas flores vermelhas sempre em pares (também é chamada de Bem-Casado por conta disso) e pelo líquido leitoso e tóxico que escapa de seu caule quando cortado. A coroa-de-cristo é quase sempre usada como cerca viva por conta do seu caule espinhoso que pode chegar até 2m de altura. É resistente e ao calor e de fácil cultivo, mas, a maior vantagem para quem busca uma cerca-viva é, certamente, o fato de seus espinhos terem até 3 cm de comprimento.
2- Figueira-do-diabo (Datura stramonium)
Essa flor espanhola já é conhecida pelo homem desde à Antiguidade. Geralmente usada com fins medicinais, mas deve ser manuseada com cuidado! Ela é extremamente tóxica e alucinógena. Conhecida por suas flores brancas em formato de trompete, ela tem ainda mais particularidades. Quando fecundada, uma cápsula espinhenta que carrega as sementes aparece em sua extremidade, afastando quaisquer predadores ou curiosos durante esse período.
3- Berberis (Berberis thunbergii)
Originária do Japão e da Ásia Oriental, a Bérbere-japonesa é uma planta muito chamativa que altera sua própria folhagem à medida que as estações mudam. Com folhas pequenas e uniformes, a também conhecida Barberry é uma das mais indicadas pelos jardineiros e paisagistas na implantação de cercas-vivas. Isto se deve ao seu grau de adaptabilidade com vários tipos de solo e sua resistência à condições de temperatura extremas, como secas. O maior fator responsável por sua indicação, no entanto, são os espinhos em seu caule. Os arbustos da Berberis crescem bastante e formam uma barreira natural bem difícil de ser ultrapassada.
4- Espinheiro-Alvar (Crataegus spp.)
O Espinheiro-Alvar, também conhecido como "Hawthorn", é um arbusto espinhoso pertencente à família Rosaceae. Suas folhas e ramos são de um verde claro. Na primavera, ele produz flores brancas agrupadas em pequenos ramos. Essas flores possuem propriedades cardiotônicas, ricas em flavonoides, que ajudam a regular o ritmo cardíaco e melhorar a nutrição do músculo cardíaco. Para um paisagista, é uma planta de fácil manutenção e implementação, servindo também como cerca-viva por conta de sua folhagem espessa e espinhos por suas extensões.
5- Acácia Espinhosa (Acacia horrida)
Sendo a única árvore da lista, a Acácia Espinhosa é uma árvore de folhas caducas que pode chegar de 3 à 6 metros de altura. É nativa da África do Sul, de onde vem seu outro nome - carambuco africano -, e possui pequenas flores amarelas no formato de pompons. Entretanto, os fatores que a tornam uma ótima escolha para formar uma cerca viva são os longos espinhos brancos em suas extremidades. Os espinhos somados à proximidade de suas flores criam uma barreira quase impenetrável.
6- Rosa Vermelha (Rosa gallica)
Elas não poderiam faltar, né? As queridinhas da maioria dos amantes de flores, as rosas - principalmente as vermelhas - são espécimes mundialmente conhecidos e costumeiramente relacionados à intensidade, paixão e perigo. Muito disso tem a ver com a dualidade de várias delas ao possuir lindas pétalas e afiados espinhos. Elas são perfeitas para enfeitar um ambiente, é claro, mas, em grandes quantidades, rosas se tornam uma muralha natural. Seu crescimento é expansivo e carregado de intensidade, o que exige um cuidado mais atento para que essa mesma muralha viva não tome uma residência, por exemplo. Se as rosas forem escolhidas como parte dos mecanismos de defesa do projeto, é de responsabilidade do paisagista se atentar a este fato e focar em áreas mais vulneráveis para realizar seu plantio. Um bom sistema de irrigação e poda programada garantem uma barreira saudável e vistosa.
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