Entrevista com a arquiteta Maria Cristina Oliveira Araújo
Autor: Adriana Corrêa - Data: 12/11/2005
Amenizar o stress do trânsito, as pressões do trabalho e outros males típicos das grandes metrópoles é a especialidade dessa arquiteta que, há 20 anos, trabalha para transformar a realidade em um lugar melhor. Formada pela Universidade Brás Cubas, em Mogi das Cruzes, Maria Cristina Oliveira Araújo se diz uma vendedora de sonhos. Sempre preocupada em aprender, ela investe em humildade e aperfeiçoamento profissional - seu principal foco nos últimos anos. O resultado de todo esse trabalho são clientes que, de tão satisfeitos, se tornam próximos e, logo, viram amigos. Conheça mais o trabalho dessa arquiteta na entrevista concedida à Revista Digital AuE Soluções.
AuE: Conte-nos um pouco da sua trajetória. Como se tornou paisagista?
Cristina: Comecei a trabalhar ainda na faculdade, como estagiária do departamento de parques e áreas verdes da Prefeitura de São Paulo - antigo Depav. Nesse período, tive a oportunidade de participar do projeto de mapeamento da vegetação significativa da cidade. Foram dois anos acompanhando a equipe do Benedito Abud (arquiteto) no estudo ambiental de áreas carentes e degradadas. Quando me formei, fui trabalhar no escritório da arquiteta Amélia Bratke, onde permaneci por cinco anos. Logo depois, me tornei sócia de uma loja executora de projetos paisagísticos. Passados três anos, desfiz a sociedade e montei um escritório próprio, onde estou há 12 anos.
AuE: Como profissional, o que é indispensável em seus projetos?
Cristina: Atingir o propósito a que me propus. Trabalho sozinha e, hoje, posso dizer que conquistei uma certa liberdade para criar meus projetos - o que considero muito importante. Não me preocupo com os concorrentes, trabalho por indicação. Gosto do que eu faço e, por isso, há algum tempo não me permito sair de férias. Costumo dizer que não vendo jardins, vendo sonhos. Minha função é humanizar o ambiente, resgatar valores, aproximar a natureza e promover o lazer e o convívio entre as pessoas.
AuE: Costuma seguir tendências no paisagismo?
Cristina: Gosto de vegetação tropical, mas não considero isso uma tendência. O que vai determinar o tipo de paisagem são as referências de quem vai utilizar o espaço. Procuro investigar gostos, sentimentos e hábitos de toda a família por meio de conversas preliminares. Outro fator decisivo para definir o estilo do projeto é a arquitetura da edificação, pois é preciso criar harmonia com o todo, inclusive com os arredores.
AuE: Utiliza alguma tecnologia para auxiliar o seu trabalho?
Cristina: Na verdade, não tenho grande intimidade com essas novas tecnologias, mas reconheço o avanço que o computador representa no mundo moderno. Utilizo o AutoLANDSCAPE porque me auxilia a elaborar o projeto e a especificar a vegetação, além de tornar o meu trabalho mais completo para o cliente.
AuE: Como valia o mercado de trabalho?
Cristina: Assim como outras regiões do Brasil, São Paulo está crescendo e precisa de um maior planejamento ambiental e urbano. Para isso, serão necessários muitos profissionais. Mas alcançar o sucesso depende de dedicação. Portanto, quem pretende crescer na carreira como paisagista terá que dedicar os primeiros dez anos à pesquisa e ao aprendizado. Somente ao amadurecer o ofício, é possível começar a colheita dos frutos.
AuE: Qual o principal desafio da profissão?
Cristina: Conseguir captar as aspirações do cliente e materializá-las, de modo a obter um projeto adequado e um cliente satisfeito.
AuE: Fale sobre o seu último trabalho.
Cristina: Meus trabalhos mais recentes foram o licenciamento ambiental e o projeto de paisagismo de dois shoppings e uma fazenda, ambos em São Paulo. Atualmente, tenho me dedicado ao projeto de uma casa no Ibirapuera e dois apartamentos na cidade.
AuE: Dentre os seus projetos, qual deles merece destaque?
Cristina: Fiz o projeto de uma residência no Morumbi que me deixou muito satisfeita. Os proprietários reformaram a casa de estilo italiano e me deram a oportunidade de mudar um pouco o seu aspecto conservador. Também gostei muito de trabalhar no projeto de uma casa de praia, na qual desenhei pisos, incorporei treliças e ajustei a área externa - frente e fundos - do jardim. Ao final das obras, o resultado superou as expectativas.