As mudanças climáticas estão matando as borboletas inglesas
Autor: Regina Motta - Data: 11/09/2015
De acordo com estudo publicado na revista Nature Climate Change seis espécies do inseto sensíveis a secas provavelmente intensificadas pelas emissões de gás carbônico podem ser extintas antes de 2050. A queda drástica de insetos como as borboletas e abelhas, fundamentais para a polinização de frutas, verduras e legumes, abre a possibilidade da redução da produção desses vegetais, com graves consequências para o abastecimento de alimentos em todo o mundo.
Para realizar a análise, os pesquisadores do Centro de Ecologia e Hidrologia de Oxfordshire utilizaram a seca de 1995, uma das piores que já aconteceram no Reino Unido, como base. Eles monitoraram 28 espécies de borboletas de 129 lugares diferentes. De acordo com os especialistas, a falta de água reduziu drasticamente as populações dos insetos. Por meio de modelos estatísticos, os pesquisadores previram cenários reais de seca, que podem retornar ainda piores e com mais frequência, e identificaram seis espécies que poderão ser extintas caso não haja a diminuição da emissão de carbono e a readaptação desses insetos no habitat natural. No entanto, se os cortes acontecerem, afirma o estudo, a probabilidade de sobrevivência das borboletas aumenta 50%.
Equilíbrio ambiental - A preocupação dos cientistas é devido aos "serviços" que as borboletas prestam ao ambiente. Esses insetos, assim como abelhas, libélulas ou besouros, ajudam na reprodução dos vegetais, eliminação de pragas e decomposição de matéria orgânica. Com a extinção das espécies, essas atividades ficariam prejudicadas, causando desequilíbrios ambientais que podem afetar diretamente os seres humanos, como a queda da produção de lavouras e cultivos agrícolas.
Além disso, o sumiço das borboletas também seria uma perda cultural, pois diversas pessoas gostam de admirá-las. As seis espécies de borboletas que podem entrar em extinção são:
Aphantopus hyperantus Foto: Flickr/Jörg Hempel
Essa espécie pertence à família Nymphalidae, que possui mais de 6000 espécies bem coloridas. A Aphantopus hyperantus é caracterizada por pontos nas asas, que vão se tornando mais intensos ao longo da vida do inseto.
Pieris napi Foto:Flickr/nemo5576
Espécie da família Pieridae, essa borboleta pode ser encontrada em locais úmidos e arborizados. A maioria das fêmeas desse gênero possui asas que refletem os raios ultravioletas, enquanto os machos têm asas que absorvem esse tipo de radiação.
Pieris brassicae Foto:Flickr/Gareth Williams
Chamada de "borboleta branca da couve", essa espécie é comum no Sul da Europa. A Pieris brassicaeprefere habita parques e jardins localizados em grandes altitudes, como os Alpes.
Pararge aegeria Foto:Flickr/José Ramón P. V.
Encontrada em florestas e jardins de grande parte da Europa, a Pararge aegeria é popularmente conhecida como malhadinha. As características físicas dessa espécie variam de acordo com a localização: aquelas que habitam o Norte europeu possuem coloração marrom escura e pintas brancas nas asas e as naturais do Sul têm manchas alaranjadas.
Pieris rapae Foto: Flickr/Ies Manuel Garcia
Conhecida como borboleta branca, a Pieris rapae é uma espécie pequena que possui o corpo coberto de pelos. Ela pode ser encontrada na Europa, África, Ásia e Oceania. Em alguns tipos de cultivos agrícolas, a lagarta desta espécie é vista como uma praga.
Ochlodes sylvanus Foto:Flickr/rhonddawildlifediary
Essa espécie, encontrada principalmente em Portugal, pertence a família Hesperiidae. Antenas fusiformes - lembram agulhas de crochê -, corpos robustos e olhos compostos maiores são algumas das características do inseto.
Fonte: Planeta Sustentável
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