Entrevista: Eduardo Barra

Autor: Renato Costa - Data: 08/12/2006



Eduardo Barra e o diretor da AuE Soluções, Guilherme Motta








Eduardo Henrique Faria Barra é arquiteto paisagista há 30 anos, formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Acumulou, ao longo de sua carreira experiências profissionais e acadêmicas (foi professor do Curso de Paisagismo da Universidade Veiga de Almeida). Atualmente, é presidente da Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP)

Além de ser autor de projetos paisagísticos de expressão como para o Centro de Convenções Ulysses Guimarães, e requalificação urbana em várias cidades, Eduardo Barra escreveu o livro Paisagens Úteis: escritos sobre paisagismos. Nesta entrevista, ele fala sobre o 1º Congresso Internacional da ABAP e a parceria com a AuE Soluções.



AuE Soluções: A ABAP realizou pela 1ª vez um Congresso Internacional. Qual a importância de um evento desse porte para o paisagismo no Brasil?
Eduardo Barra: A temática central, Metodologias e Práticas Projetuais em Arquitetura Paisagística na América Latina, nos levou a uma aproximação dos colegas latino-americanos e de sua excelente produção, ainda desconhecida pela maioria dos profissionais do continente. Grande parte dos trezentos profissionais e estudantes que circularam pelo Congresso tomaram conhecimento, pela primeira vez, de um universo a que normalmente não temos acesso, uma vez que nos voltamos mais para a Europa e os Estados Unidos, que possuem enfoques específicos que pouco têm a ver com nossa realidade. Além dos brasileiros, compareceram profissionais de 10 países da América Latina, do México à Argentina, e desse encontro surgiu a proposta da criação do Grupo de Associações Latino-Americanas de Arquitetos Paisagistas (GALAP), entidade que a ex-presidenta da IFLA, a colombiana Martha Fajardo, ajudar a construir e presidir, contribuindo para que essa primeira iniciativa se amplie.

AuE: Qual a impressão deixada pelo evento no meio paisagístico?
Barra: Penso que foi um grande passo. O ofício do paisagista no Brasil ainda está em construção, por incrível que possa parecer, os processos de formação profissional ainda são confusos e por vezes conflitantes. Eventos como esse, que possibilitam o encontro de profissionais que percorreram caminhos diferentes em sua formação, ajudam a traçar o perfil do profissional e a tentar entender o que realmente somos. O interesse pela temática é crescente, as publicações brasileiras sobre paisagismo começam a surgir no mercado, as empresas e mesmo os colegas arquitetos começam a entender a função do profissional de paisagismo e um congresso como esse serve para impulsionar e abrir portas em todas as frentes.

AuE: Dentre as parcerias firmadas, a AuE Soluções produziu o CD-ROM do Congresso. Qual a importância dessa parceria? Por que escolher a AuE?
Barra: Além dos softwares de AuE Soluções, bastante difundidos, já conhecíamos os dois CD-Rom que a empresa havia elaborado para as duas últimas edições do Seminário Internacional de Paisagismo, evento que o Senac-SP organiza todos os anos em São Paulo, no mês de junho. E esses CDs nos chamaram a atenção, pela facilidade de navegação, clareza e simplicidade - o que se espera de um produto como esse, mas nem sempre se encontra. Daí, o contato com a AuE foi inevitável e ficamos muito contentes quando obtivemos a adesão imediata da empresa ao "espírito" do Congresso.

AuE: Qual a importância do uso da tecnologia no trabalho do paisagista? Quais as iniciativas no Brasil que são referência?
Barra: Do ponto de vista do projetista, que é o meu caso específico, as novas tecnologias passaram a permitir o trabalho em parceria com profissionais que se encontram em outras cidades e até mesmo países. Lembro de um projeto paisagístico que fiz nos anos 1980, em que o autor do projeto arquitetônico teve que passar uma temporada na Itália, mas havia uma máquina fantástica em seu escritório no Rio que permitia a transmissão, em minutos, de um desenho daqui para lá e vice-versa. Era o prosaico aparelho de fax, que na época nem sabíamos o nome, mas representou um avanço incrível, pois podíamos discutir o projeto através de desenhos e ganhar um tempo absurdo. Agora, com a internet banda larga, essa história soa até ridícula, mas o fato é que tudo isso representou, inclusive, a mudança do layout dos escritórios de arquitetura, que abandonaram de vez as pranchetas, esquadros e réguas paralelas, permitindo que se trabalhe em casa, em viagens e até mesmo em nossos aeroportos engarrafados.


Compartilhar:


Anterior Próximo

eBook: Planta baixa técnica x Planta humanizada em paisagismo

Comente esta matéria:
Nome:
E-mail:
0 + 1 = ?
Digite o seu comentário sobre a matéria:
Qual a sua avaliação sobre esta matéria ?



---
Entrevista
Botânica
Dicas Técnicas
Novidades
Arquivo
Edição Anterior

Revista AuE Paisagismo Ano 3 No 30 / Novembro de 2006

Conteúdo completo

Lista com todas as Edições da Revista AuE Paisagismo Digit@l

Top 10

Matérias mais comentadas da revista

Projetos
Residência Flor do Sol
Residência Flor do Sol

Álvaro Drillard

Residência Oliveira
Residência Oliveira

Nataly Schröder

Residência Aflorar
Residência Aflorar

Nataly Schröder

Lista de Projetos

Lista com Todos os Projetos da Revista AuE Paisagismo Digit@l

Top 10 de Projetos

Lista com 10 projetos mais comentados

Agenda
Conversar no Whatsapp +55(32)3217-1501

X

AuE Paisagismo


Que tal se manter sempre informado das novidades do mundo do paisagismo? Informe seus dados para mantermos contato!





Revista no seu E-mail

*
*
*
6 + 7 = ? *