Entrevista com a arquiteta Evani Kuperman Franco
Autor: Adriana Corrêa - Data: 04/03/2006
Quando falamos em arquitetura de exteriores, Evani Kuperman Franco é um nome freqüentemente lembrado. Também não é para menos, arquiteta formada pela Universidade Mackenzie, SP, e pós-graduada na Conway School of Landscape Design, em Massachusetts (EUA), trabalha há 26 anos com arquitetura paisagística. À frente da EKF Arquitetura de Exteriores, Evani coordena uma equipe de profissionais especializados em projetos multifuncionais e ecológicos. Com suas principais obras concentradas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, ela nos concedeu uma entrevista e aceitou falar para profissionais de todo o Brasil.
AuE: Conte-nos um pouco da sua trajetória. Como o paisagismo entrou na sua vida?
Evani: Fui estudar arquitetura por causa do meu gosto pela arte, tanto a parte lúdica quanto a racional. Mais tarde, na faculdade, senti a necessidade de aprofundar meus conhecimentos em paisagismo. Durante a graduação, tivemos apenas um ano da disciplina. Essa falta de conhecimento me incomodava, sempre achei que a formação nas universidades deveria ser mais completa. Então, decidi me especializar. Dessa forma, sanei o problema da superficialidade do conhecimento em paisagismo, que a faculdade de arquitetura nos deixa como herança, e atendi a uma exigência do mercado.
AuE: Na sua opinião, o que é mais importante em um projeto?
Evani: É difícil falar, são vários elementos fundamentais. Mas se não houver harmonia entre eles, acho que o trabalho não alcançou o seu objetivo. Por isso, a integração entre todos os elementos que compõem a construção (internos e externos) é imprescindível para conseguir o trabalho idealizado. Na EKF, lidamos com o espaço exterior de forma integral, de modo que toda a obra pareça ter sido feita por uma única pessoa. Utilizamos uma técnica que se baseia na funcionalidade, na harmonnia e na criatividade.
AuE: Costuma seguir tendências no paisagismo? Como imprimi o seu estilo pessoal na obra?
Evani: Em arquitetua, temos uma concepção diferente de estilos e tendências. Nós, arquitetos paisagistas, desenvolvemos técnicas para projetar com máxima precisão, funcionalismo e arte. Mas o estilo é o mesmo para todos: o contemporâneo. Pois este está relacionado com a época em que vivemos e não com a decoração que criamos.
AuE: Considera a tecnologia importante para a sua vida profissional?
Evani: Sim, claro. Procuro ficar atenta a todas as novidades que podem melhorar a minha vida profissional: novos materiais para a contrução, limpeza, drenagem, programas de computador e etc. Desde 2000, utilizo o software AutoLANDSCAPE, que me auxilia principalmente no aumento da velocidade de execução dos projetos. Mas estou sempre buscando novas alternativas que atendam, de forma ainda mais satisfatória, os objetivos do projeto - se possível a um custo reduzido.
AuE: De que maneira o paisagismo pode contribuir para a qualidade de vida das pessoas?
Evani: Cada indivíduo tem suas características e aspirações e o paisagismo pode auxiliar, de forma peculiar, na realização de um sonho, na satisfação pessoal do cliente. Além disso, o tratamento do espaço é um valor agregado, inclusive financeiramente. Um projeto bem planejado, trabalha o paisagismo e a arquitetura de forma conjunta e é realizado de uma só vez. Todos esses atributos, contribuem para proporcionar ao outro o espaço que ele almeja, seja este utilitário ou contemplativo.
AuE: Fale sobre os seus trabalhos mais recentes.
Evani: Estou trabalhando em vários projetos. Os principais são um projeto corporativo, em São Paulo, uma obra residencial campestre, em Campos do Jordão (finalizada), e um hospital em Maringá, no Paraná.
AuE: Dentre os seus projetos, qual deles merece destaque?
Evani: O projeto da Vivo São Paulo, entregue em 2004, com uma área aproximada de 5 mil m2. A obra foi realizada em parceria com o arquiteto Edo Rocha. A Vivo queria um projeto paisagístico marcante para o local. Busquei trabalhar a completa congregação dos elementos estéticos à malha urbana daquela região.
*Veja as fotos do projeto Evani Kuperman Franco.
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