Frederico Maia Haun, Rain Bird Brasil Ltda., Irrigação em Paisagismo
Autor: Regina Motta - Data: 12/05/2015
O poder da irrigação em áreas verdes se torna cada vez mais visível nos dias em que a água se tornou um bem escasso e, por isto, muito mais valioso. No Brasil, esta prática veio se aprimorando com os anos e hoje o profissional de irrigação qualificado tem o seu préstimo no mercado.
Conversamos com o profissional Frederico Maia Haun, Gerente de Serviços Brasil, CLIA - Auditor Certificado para Irrigação Paisagística, Rain Bird Brasil Ltda.
AuE Paisagismo: Gostaríamos de saber um pouco mais sobre você. Como foi a sua escolha por esta profissão?
Frederico: Me formei em Engenharia Agronômica na UFV e, já na faculdade, me apaixonei pela área de irrigação. Comecei no segmento de paisagismo trabalhando no Rio de Janeiro e posteriormente em Minas Gerais, até ser convidado a assumir o departamento de serviços da Rain Bird.
AuE Paisagismo: Qual a importância de se ter um projeto de irrigação?
Frederico: Um sistema de irrigação requer conhecimentos e domínio de disciplinas diversas como hidráulica, elétrica, plantas, solo, paisagismo, etc ... Um projeto mal elaborado pode comprometer a instalação e a manutenção futura. Pode ainda levar a consumo exagerado de água e energia. Daí a importância de um bom planejamento e estudo por um profissional que detenha conhecimento das técnicas de irrigação.
AuE Paisagismo: Qual a importância de um sistema de irrigação para um jardim?
Frederico: Belos jardins influenciam e impressionam pessoas, de todas as idades e classes, em qualquer lugar. Um sistema automatizado é bem mais eficiente e econômico que a irrigação manual. Aplicando somente a quantidade de água necessária, em dias e horários pré-determinados, conseguimos melhores resultados com menores recursos.
AuE Paisagismo: Quais são os fatores a se considerar quando trabalhamos com projeto de irrigação?
Frederico: Projetar conforme a necessidade do cliente. Buscar a melhor solução técnica baseada em princípios de economia de água e energia e projetos que incorporem o conceito de Uso Inteligente da Água.
AuE Paisagismo: Como um bom projeto de irrigação pode contribuir para a economia de água?
Frederico: A contribuição pode vir do uso de equipamentos adequados às diversas situações do paisagismo, mais eficientes na aplicação de água, com menor consumo de energia. Técnicas permitem a irrigação em função do clima, da ocorrência de chuvas e da umidade presente no solo.
AuE Paisagismo: Qual o papel da irrigação neste momento de escassez de água no Sudeste?
Sistemas de irrigação paisagística adequadamente projetados, instalados, mantidos e administrados reduzem grandemente o desperdício de água.
A irrigação por água de reuso (águas cinzas), ou o aproveitamento das águas de chuvas, são técnicas que contribuem para a reposição dos mananciais de água, utilizando o solo como filtro natural para a reciclagem da água contaminada nos grandes centros.
AuE Paisagismo: Existe algum incentivo do Governo para os sistemas de irrigação?
Frederico: No Brasil já observamos, em algumas áreas com escassez, esforços para a conservação da água. Com o tempo, estes esforços poderão se tornar a base para uma política coordenada de uso racional da água, incluindo incentivos e subsídios. Por outro lado, os municípios já poderiam, por exemplo, exigir a apresentação do projeto de irrigação para aprovação antes da construção dos jardins.
AuE Paisagismo: Para quem quer ingressar neste mercado como profissional, quais seriam os primeiros passos, no seu ponto de vista?
Frederico: Sem dúvidas a capacitação através de treinamentos especializados. Nas faculdades brasileiras ainda não aprendemos técnicas específicas da irrigação paisagística. O profissional deve buscar esta complementação.
AuE Paisagismo: Quais são as entidades de classe do setor de irrigação e as boas publicações para este público?
Frederico: A ABID - Associação Brasileira de Irrigação e Drenagem é a principal entidade do setor. Além da sua própria publicação, são várias as outras existentes: Irrigazine, Jornal da Itograss, Revista Natureza, são alguns exemplos de publicações que veiculam reportagens direcionadas para a irrigação paisagística e de gramados esportivos.
AuE Paisagismo: Sabemos que, hoje, em qualquer área de trabalho, o conhecimento e a formação técnica é a chave do sucesso. Para quem se está na área de irrigação ou pretende ingressar na mesma, onde procurar este conhecimento?
Frederico: A Academia Rain Bird é uma iniciativa da nossa companhia, como parte da nossa missão de formar profissionais de irrigação para os mercados mundiais. Nos EUA e Europa, este formato já é reconhecido por alguns órgãos de Educação e Certificação. No Brasil, já aplicamos com absoluto sucesso este mesmo formato há 15 anos. Importante frisar que a Academia é concebida para formar profissionais de irrigação. Os treinamentos são desvinculados da nossa marca.
AuE Paisagismo: A sua Empresa Rain Bird promove cursos e treinamentos para Irrigação, contribuindo para que mais e mais profissionais atuem neste mercado. Quais os cursos previstos para os próximos meses?
Frederico: O próximo evento da Academia Rain Bird será em Junho, dias 22 a 26, em Belo Horizonte. Depois teremos outro evento em Outubro, entre os dias 26 e 30, em Fortaleza.
AuE Paisagismo: Gostaríamos de saber mais sobre o Curso de Irrigação previsto para junho, em Belo Horizonte, onde a AuE Software dará uma aula sobre o nosso Software HydroLANDSCAPE.
Frederico: Será a 26ª Edição da Academia. Vamos oferecer um total de 9 módulos (cursos) sobre os mais diversos assuntos relativos à irrigação paisagística e de gramados esportivos, perfazendo um total de 76 horas de treinamento. Os treinamentos ocorrem de forma simultânea em duas salas, separadas por nível de capacitação. Os treinamentos envolvem várias práticas onde o aluno poderá aplicar o conhecimento adquirido.
AuE Paisagismo: Qual a sua mensagem para aqueles que estão iniciando na profissão?
Frederico: Como Agrônomo, sei que o segmento de irrigação paisagística e para gramados esportivos é pouco abordado nas universidades. De outro lado, assistimos a um mercado ascendente e carente de profissionais. E para quem ainda não decidiu investir na capacitação de seus colaboradores:
| "É melhor treinar pessoas e administrar o risco delas deixarem a companhia, do que não treiná-las em nada e correr o risco delas ficarem". | | |
Anterior Próximo