Jardim para ver, cheirar, pegar e mastigar!
Autor: Camila Fonseca - Data: 02/08/2011
quando não é necessário enxergar com os olhos para realmente ver, um mundo de novas possibilidades abre suas portas e convida a todos, sem qualquer exclusão, a entrar e explorar suas manifestações. Testar os sentidos e descobrir novas sensações, renova a capacidade humana de conhecer o inimaginável e aceitar as diferenças.
Foi com este intuito que o Jardim Sensorial, localizado no campus da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi criado. De acordo com o Gerente de Paisagismo da UFJF, Reinaldo Chagas, este é um jardim que, além de ser contemplado com tamanha beleza, habilita pessoas que possuem algum tipo de deficiência a também poder conhecer o lugar. "A ideia do jardim sensorial é trabalhar com os sentidos da visão, tato e olfato, principalmente. Assim, teremos um circuito com visitas guiadas para explicar sobre o funcionamento do jardim, onde as pessoas andam no sentido horário e vão testando os sentidos", afirma.
Além das inúmeras espécies de plantas, que serão trocadas com o decorrer do tempo, o jardim possui nesse circuito, quatro tipos de piso: seixo, tora de eucalipto, brita e areia. Para cada piso, existirá uma planta que instigue o olfato e o tato. Para isso, os visitantes deverão entrar vendados e descalços para que cada elemento lhe gere a sensação devida.
O sentido da visão também será trabalhado no jardim sensorial. Plantas como espada de São Jorge e a rosa branca farão parte do primeiro canteiro para que possam ser vistos logo na entrada, distantes. "Na medida em que a pessoa vai entrando no jardim, ela vai fazendo sua própria descoberta, podem pegar a planta, sentir a textura e o cheiro, e algumas, se forem indicadas pelo guia, podem até ser colocadas na boca, como é o caso da cebolinha", explica o Arquiteto da UFJF Aristides Perobelli.
Todos os elementos que compõem o jardim serão trocados com o aumento do número de visitas. No entanto, aqueles que marcam a entrada, ou seja, os seis portais serão fixos. Os demais materiais para compor o interior do jardim serão reciclados, assim como a troca dos pisos. Passados os canteiros, outro circuito mais ao centro do jardim será realizado pelos visitantes, seguindo um conceito indígena de quatro quadrantes, o Opan. Eles caminharão sob os quatro elementos: fogo (piso aquecido), terra, água (cortina de água) e ar (exaustores). Dessa maneira chegarão até a área da praça para contemplação do jardim.
Todas as visitas deverão ser programadas para pequenos grupos de pessoas, pois este projeto faz parte de um programa de extensão da universidade nas escolas e comunidade entorno. O objetivo do jardim sensorial é apresentar a todas as pessoas como é o mundo visto por outros ângulos e as variadas possibilidades de acessibilidade. Como estas visitas serão guiadas, o jardim não ficará aberto ao público 24 horas por dia. A primeira etapa do projeto já está em funcionamento. Uma segunda fase, que inclui a troca de espécies e reformas na infraestrutura, será executada até o final de 2011.

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