Microalgas: os biocombustíveis do futuro?
Autor: Anita Cid - Data: 05/08/2010
Conforme estamos constantemente debatendo aqui na revista AuE Paisagismo Digital, o consumo de energia é um dos temas mais relevantes quando discutimos a conservação do planeta.
Fontes alternativas como a energia eólica e a utilização do próprio lixo aparecem como opções viáveis e economicamente atraentes que prometem ser as principais geradoras de energia das próximas décadas. Completando a lista, estão as microalgas, que de acordo com especialistas da área, são uma das melhores escolhas para a geração de energia limpa. Isso porque microalgas são organismos unicelulares capazes de realizar fotossíntese, aproveitando a luz solar e absorvendo CO2 para sintetizar a própria biomassa. Delas é extraído um óleo, que pode ser usado como combustível. Algumas são adequadas à produção de querosene e outras, de lubrificantes, por exemplo.
De acordo com Maria Lúcia Ghirardi, brasileira e cientista-chefe do NREL - Laboratório Nacional de Energias Renováveis, da Escola do Colorado, nos EUA, na próxima década, veremos, no mercado, biocombustíveis feitos a partir de microalgas. Nos Estados Unidos, todas as companhias de petróleo têm investido, ainda que em pequena escala, no desenvolvimento do ramo.
Além de contribuir para a despoluição do ambiente, já que as algas capturam CO2, estas ainda têm a vantagem de não competir com culturas alimentares e podem ser produzidas em qualquer tipo de terreno, inclusivamente em zonas áridas. E mais: as algas são microrganismos que se reproduzem de maneira exponencial e cuja duplicação se faz em um dia ou um dia e meio. Outra vantagem das microalgas é que, contrariamente a todas as outras culturas, podem ser produzidas ininterruptamente em qualquer época do ano e podem, por isso, ser recolhidas todos os dias.
Existem algas que crescem em vários ambientes diferentes, inclusive em água parada, em água insalubre, o que permite integrar o uso de algas no tratamento de efluentes industriais, que cresceriam se alimentando dos nutrientes contidos nesse material, ao consumo de CO2, utilizado na realização da fotossíntese, e à extração do óleo para a produção de biocombustíveis. Quando se começa a integrar diferentes sistemas, o valor econômico do processo se torna mais vantajoso.
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