Você sabe qual o papel das associações de paisagismo?
Autor: Anita Cid - Data: 03/08/2007
A primeira associação de paisagismo fundada no Brasil foi a Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas (ABAP), em 1976. E logo após a sua criação, foi filiada a Federação Internacional de Arquitetos Paisagistas (IFLA). Em 1995, surgiu a Associação Nacional de Paisagismo (ANP) e na última década foram criadas as associações regionais.
Segundo Eduardo Barra, presidente da ABAP, as associações de paisagismo têm como objetivo, assim como qualquer associação de classe, reunir os profissionais com perfis de atuação e interesses semelhantes para que, assim, a categoria seja fortalecida. "Atuamos na consolidação do ofício do arquiteto paisagista, na capacitação técnica de seus membros, na troca de informações entre os associados através de sessões técnicas, congressos, palestras, publicações e exposições", enumera. "Cabe ainda às associações de paisagistas ter um bom relacionamento junto às associações de fornecedores e estimular o crescimento do mercado", ressalta Celso Bergamasco, presidente da ANP.
Barra acredita que há inúmeras vantagens para aqueles que participam das associações. "Se utilizarmos a expressão 'vantagem' do ponto de vista da consolidação e do aperfeiçoamento profissional, da formação de uma nova mentalidade e do amadurecimento da representatividade institucional, eu diria que são enormes", afirma. "Os associados, ao se identificarem como pertencentes a uma associação, têm sua credibilidade aumentada junto a seus clientes e podem colaborar na elaboração de políticas para o setor", completa Bergamasco. Além disso, os associados têm direito a vários descontos ou isenção de pagamento em atividades que as associações organizam. "Esses descontos também são estendidos para atividades promovidas por outras entidades e que contam com o nosso apoio", acrescenta o presidente da ABAP.
No Brasil, as associações de paisagismo são extremamente importantes, já que a atividade de arquitetura paisagística não é regulamentada, pois não existe formação específica na área. Por esse motivo, cresce a importância de organizações de profissionais atuantes no mercado, para que se possa discutir e estabelecer parâmetros éticos. "A existência de associações de classe contribui na organização do mercado, na medida em que passam a ser interlocutoras dos profissionais que representam na conversa com os demais atores deste setor. Sem representação, a classe profissional não tem como influenciar de maneira efetiva e defender seus interesses", esclarece Bergamasco.
"No caso da ABAP, os participantes podem ser associados ou filiados. Como a IFLA exige que, em países onde não existem cursos específicos de graduação de arquitetos paisagistas, os associados sejam arquitetos, a saída encontrada foi a criação da categoria "filiado" para abrigar os não-arquitetos, como engenheiros agrônomos, florestais, biólogos, geógrafos, etc. A única exigência é que sejam profissionais de nível superior de áreas afins", explica o presidente da ABAP, Eduardo Barra. Ainda segundo ele, os filiados têm as mesmas vantagens dos associados, no entanto não podem votar. "Mas apesar de não votarem, sempre ouvimos suas sugestões e reivindicações", salienta.
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