Arquiteto Paisagista Luiz Portugal e suas realizações
Autor: Aue Soluções - Data: 19/10/2013
O Arquiteto Paisagista Luiz Portugal é formado pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas, em 1981, desde então vem trabalhando com projetos, planejamento e execução de jardins. É inegável a sua contribuição para o Paisagismo no Brasil, uma profissão que vem a cada ano se consolidando tanto no mercado como no Ensino.
Aue Paisagismo: Primeiramente gostaríamos de ressaltar o prazer que temos em entrevistá-lo, pois sua contribuição neste momento é de suma importância, tanto para nós que acompanhamos o seu trabalho, como para muitas pessoas ligadas à profissão. Para começarmos, gostaria que nos contasse como surgiu sua escolha pela profissão de paisagista, quais as dificuldades encontradas na época e o que mudou.
Luiz Portugal - O interesse pela arquitetura e paisagem começou em casa, pois meu avô paterno e meu pai eram arquitetos, meu avô materno era engenheiro mas gostava muito de jardim e chegou a ter na casa dele, aqui em São Paulo, uma grande coleção de palmeiras, nativas e exóticas. O interesse na profissão, ou melhor, ver a possibilidade de trabalhar nessa área apareceu na faculdade em 1980.
Haras Fazenda Bela
A cadeira de paisagismo tinha os professores: Maria Cecília Barbieri Gorski,Célia Kawai, Benedito Abbud e Vladimir Bartalini que descortinaram essa possibilidade.
Logo procurei um estágio na área, fiz alguns cursos na ABAP - Associação Brasileira de Arquitetos Paisagistas, assisti a alguns cursos como ouvinte no Curso de Botânica na Faculdade de Biologia na USP. Assim me preparei e comecei a atuar no campo de arquitetura paisagística.
No início da minha carreira, ao abrir o meu escritório, fazia os projetos de arquitetura paisagística e executava a obra: a obra civil e o plantio do jardim. Esse especificidade de trabalhar tanto no escritório como na obra, trouxe um conhecimento muito útil para o meu trabalho.
Concurso Paço de Osasco - 1o Lugar
As dificuldades do início da carreira e as de agora continuam a ser grandes. Muda muito o tipo de dificuldade, a complexidade do serviço e como resolvê-lo. Outros tempos e outros problemas e soluções.
Aue Paisagismo: Acompanhamos alguns debates em relação a pouca visibilidade que a disciplina de paisagismo exerce no contexto acadêmico. Talvez os próprios alunos desconheçam este campo tão importante e próximo da Arquitetura. Na sua opinião, como esta situação pode vir a refletir no mercado de trabalho?
Luiz Portugal: Sobre a questão de ensino de paisagismo, visibilidade nas escolas e o seu reflexo no mercado de trabalho, não tenho dados para responder. Creio, apenas, que quanto mais cadeiras de arquitetura paisagística tivermos nas nossas escolas, mais bem preparados estaremos, mais trabalhos poderemos desenvolver com qualidade cada vez melhor e assim ao sermos reconhecidos pela sociedade, teremos um maior mercado de trabalho.
Aue Paisagismo: Percebemos hoje o crescimento, principalmente nas grandes cidades, da demanda por áreas de lazer. Isso tem se refletido na demanda por projetos de paisagismo?
Luiz Portugal: Acredito que sim, pois para cada novo conjunto de edifícios residenciais e comerciais, há um projeto de arquitetura paisagística. Existem muitos e alguns grandes escritórios atendendo a esse mercado.
Aue Paisagismo: Qual a área do Paisagismo que lhe dá maior gratificação? Entre obras públicas e privadas, onde melhor se realiza?
Atelier do Paisagista / Praça Amadeu Amaral - Bela Vista
Luiz Portugal: A gratificação do meu trabalho se dá quando o projeto é bem executado e bem usado. Quando o projeto alcança o seu fim, que é criar um espaço para a atividade esperada, é quando há a realização.
Aue Paisagismo: Fale-nos sobre os projetos públicos que realizou e realiza.
Parque do Povo
Luiz Portugal: Fazer um projeto público é um marco na carreira de um profissional, pois é o seu trabalho sendo usufruído por um grande número de pessoas. Tive a oportunidade de desenvolver o projeto de arquitetura paisagística para algumas escolas do SENAI, do projeto de reforma da Praça Amadeu Amaral, da Praça do Restaurante da UNICAMP. Agora desenvolvo projetos para o SESC Guarulhos e para algumas estações de ônibus e trens, aqui em São Paulo. São grandes desafios que tenho pela frente.
Aue Paisagismo: Parece que já existe um consenso entre as empresas do ramo de construção civil de que o paisagismo nos condomínios e prédios é um diferencial na valorização do imóvel. Como o Senhor vê esta questão? Podemos afirmar que "o paisagismo vende o imóvel"?
Luiz Portugal: O que mais escuto é que o paisagismo vende mais rápido. São as regras do mercado que impulsionam o nosso mercado de trabalho.
Residencia São Sebastião / Cobertura
Aue Paisagismo: Como a tecnologia tem ajudado na hora de desenhar e apresentar os seus projetos?
Luiz Portugal: A tecnologia hoje em dia faz parte do dia a dia do escritório, é fundamental. O programa de vocês tão bem desenvolvido, AutoLANDSCAPE facilita na hora do desenho, quantificação e apresentação. Ao usar o programa das fotos,PhotoLANDSCAPE, o cliente consegue ver, na hora, a sua casa já com o plantio adulto. É um instrumento imprescindível e importantíssimo.
Aue Paisagismo: Existe alguma dificuldade com fornecimento das espécies escolhidas para o projeto? Pensando em facilitar o trabalho dos paisagistas, a Aue Soluções disponibiliza o https://paisagismodigital.com que engloba fornecedores de plantas, insumos e mobiliário. Basta um clique para encontrá-los em todo o Brasil.
Luiz Portugal: Esse site é um instrumento também essencial, pois amplia o leque de especificações. Liga o mercado aos projetistas. Vale aqui também um elogio ao trabalho desenvolvido pelo Harri Lorenzi, que com os seus livros dá parâmetros para a escolha da vegetação e divulga nossas espécies nativas. São instrumentos que auxiliam o desenvolvimento dos projetos, melhoram e ampliam o nosso mercado de trabalho.
Morro Verde / Pacaembu
Aue Paisagismo: Conhecemos seu extenso portfólio com projetos magníficos, poderia nos falar e mostrar aquele que lhe deu maiores alegrias?
Luiz Portugal: Os projetos que me dão grande alegria são os que consegui uma boa solução espacial, tiveram uma boa execução, tanto na obra civil, como no plantio e são bem e muito usados pelos proprietários.
Independem da escala, se uma praça pública, como a reforma da Praça Amadeu Amaral, se um jardim residencial, como o da residência Pacaembu, pois se do projeto à realidade, o jardim sai como projetado, fico emocionado e muito alegre ao ver.
www.luizportugal.com.br
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