Entrevista com o engenheiro Celso Bergamasco
Autor: Adriana Corrêa - Data: 10/06/2005
Há 28 anos o engenheiro civil Celso Bergamasco se apaixonou pelo paisagismo. Logo, resolveu aprofundar seus conhecimentos na Escola Politécnica de São Paulo. Os primeiros trabalhos foram surgindo e os resultados começaram a vir à tona. Assim surgiu a Calux Jardins, Projetos e Consultoria, uma empresa especializada em projetos paisagísticos que atua sobretudo na grande São Paulo. Em entrevista para a Revista Digital
AuE Soluções, Bergamasco, que é também presidente da Associação Nacional dos Paisagistas (ANP), divide um pouco de suas experiências profissionais com os nossos leitores.
AuE: Por que decidiu ingressar na profissão de paisagista?
Bergamasco: Entendendo o paisagismo como todo o tratamento dado às áreas não edificadas. Há 20 anos me apaixonei pelo paisagismo. Nessa época, nossa empresa fazia construção civil e minha sócia Jeane Calderan cuidava do setor de paisagismo. A identificação com o trabalho foi tão grande que aos poucos fomos deixando de fazer edificações e, hoje, trabalhamos somente com áreas externas. Fazemos projetos e implantação de paisagismo como um todo, isto é, desde pisos, pérgolas, fontes e lagos até a jardinagem, enfim, todos os elementos construídos.
AuE: Na sua opinião, o que é indispensável em um projeto?
Bergamasco: O fundamental em um projeto é o conceito. Para isso é necessário que busquemos criatividade e beleza estética, refletindo sobre a sua importância para o ser humano enquanto arte e natureza, e suas conseqüências para a qualidade de vida de seus futuros usuários.
AuE: Considera a tecnologia importante para a sua vida profissional? Por quê?
Bergamasco: Claro. Em nosso escritório usamos os programas AutoLANDSCAPE e o PhotoLANDSCAPE porque nos proporciona mais agilidade.
AuE: Como lida com a moda no paisagismo?
Bergamasco: Não creio que possa haver moda no paisagismo, a menos que estejamos nos referindo à decoração externa. Na minha opinião é indispensável que o projeto paisagístico seja considerado a longo prazo e não apenas em imediato. Mas para isso é necessário trabalhar o jardim tendo em mente os seus habitantes, a sua arquitetura de entorno, a natureza, o tempo e o tipo de gestão.
AuE: Qual a contribuição do paisagismo para a qualidade de vida das pessoas?
Bergamasco: O paisagista, como agente modificador do espaço em que atua, tem a responsabilidade ecológica sobre suas ações. Ao procurarmos atender as expectativas de nossos clientes, seja ele uma família ou uma população, os colocamos em contato com a natureza, incentivamos seu amor e respeito às coisas da terra.
AuE: De que maneira as espécies vegetais podem nos trazer ensinamentos?
Bergamasco: O jardim, além de um instrumento de prazer, é um meio de educação, um exemplo de coexistência pacífica entre diversas espécies, um lugar de respeito pela natureza e pelo ser humano.
AuE: Qual o seu último trabalho?
Bergamasco: Atualmente estamos trabalhando nos projetos de dois edifícios na cidade de São Paulo, uma siderúrgica no Estado do Rio de Janeiro e uma residência em Alfaville. Também estamos executando a jardinagem de um hotel e um condomínio residencial horizontal, ambos na cidade de São Paulo.
AuE: Dentre os seus projetos, qual deles merece destaque?
Bergamasco: Todo projeto é importante para nós e procuramos sempre tirar prazer de nosso trabalho, seja no micro ou no paisagismo de maior porte. Mas vou citar um dos meus últimos trabalhos como exemplo, um Hotel no bairro Moema, em São Paulo. O projeto foi executado por mim e pela minha sócia, Jeane Calderan, entre setembro e outubro de 2004 e será implantado no 2º semestre deste ano.
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