Entrevista com a arquiteta Beatriz Secco
Autor: Adriana Corrêa - Data: 05/08/2005
A Rede Sarah de Hospitais de Reabilitação* conta, hoje, com uma equipe de profissionais que trabalha continuamente para transformar o ambiente de recuperação e tratamento em um local mais agradável. Essa é a missão da arquiteta e paisagista Beatriz Secco, que a 26 anos trabalha com paisagismo e recuperação ambiental.
Beatriz começou cedo na profissão, antes mesmo de se formar em arquitetura, na rede de Faculdades Integradas Bennet, no Rio de Janeiro. Os estágios foram os responsáveis pelos alicerces e referências profissionais, o início de uma jornada que, ao que tudo indica, está longe de terminar. Para conhecer um pouco mais da sua trajetória, confira a entrevista concedida por Secco à Revista Digital AuE Soluções.
AuE: Por que decidiu ingressar na profissão de paisagista?
Secco: Comecei a trabalhar com paisagismo ainda na faculdade, junto com uma colega de profissão, a paisagista Silvia Linhares. Estagiamos no Jardim Botânico e no escritório de Burle Marx, no Rio de Janeiro, onde trabalhamos com José Tabacow realizando diversas obras em sítios da região de Teresópolis. Depois vim morar em Salvador e comecei a trabalhar com o arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé), ficando responsável pelos projetos de paisagismo e implantação de jardins. Atualmente, trabalho para a Rede Sarah de Hospitais do Aparelho Locomotor, onde sou uma das responsáveis pelo paisagismo da organização.
AuE: Na sua opinião, o que é indispensável em um projeto?
Secco: Vejo o projeto de paisagismo como um complemento à arquitetura e urbanização, onde o mais importante é desenvolver uma solução integrada. Isso significa respeitar o movimento do terreno e utilizar materiais e vegetação típicos da região onde será implantada a obra.
AuE: Considera a tecnologia importante para a sua vida profissional? Por quê?
Secco: Com o uso do AutoCAD na execução dos projetos de arquitetura, tornou-se imprescindível o conhecimento de novos programas que otimizem o nosso trabalho. Uso o AutoLANDSCAPE em todos os projetos porque o software aumenta a biblioteca e adapta o sistema de listas de vegetação. Esse recurso possibilita o controle de estoques do viveiro e a transferência de vegetação para outras obras, facilitando a nossa rotina diária.
AuE: Como lida com a moda no paisagismo?
Secco: Existem áreas de trabalho - como feiras, stands e cenários - onde podem ser aplicadas certas fórmulas para projetar com bons resultados, principalmente na ambientação de interiores.
AuE: Qual a contribuição do paisagismo para a qualidade de vida das pessoas?
Secco: Os jardins trazem equilíbrio para a nossa vida. Atualmente, convivemos com o estresse do trânsito, do trabalho e das questões sociais não resolvidas, entre outras problemas. Nesse sentido, as áreas verdes são importantes para o lazer contemplativo, para a prática de esportes, o relaxamento e a convivência social.
AuE: De que maneira as espécies vegetais podem nos trazer ensinamentos?
Secco: Se analisarmos a germinação da semente, o desenvolvimento da muda, o crescimento e o nascimento da flor se transformando em fruto e voltando a ser semente, podemos concluir que em cada semente temos um histórico de vida. Cada semente é um zip.
AuE: Qual o seu último trabalho?
Secco: Um projeto em execução na área de implantação do plano inclinado do Hospital Sarah, em Salvador. E a implantação do projeto de paisagismo do Centro de Reabilitação da Rede Sarah, no Rio de Janeiro. Ambos assinados pelo arquiteto João Filgueiras Lima (Lelé).
AuE: Dentre os seus projetos, qual deles merece destaque?
Secco: O projeto de paisagismo do Centro de Reabilitação da Rede Sarah, na Ilha de Pombeba, em Jacarépaguá, no Rio de Janeiro. A implantação foi concluída no segundo semestre de 2001 e, hoje, acompanhamos a manutenção. O projeto precisou atender as exigências da legislação da Secretaria do Meio Ambiente do Rio de Janeiro, utilizando 75% de vegetação nativa e apenas 25% de vegetação ornamental. Para isso, foi necessário fazer a recuperação do manguezal e manter 50% da área verde como espaço de preservação ambiental.
* Com unidades em Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Salvador, São Luiz e Rio de Janeiro, a Rede Sarah trata pacientes com diversos tipos de lesões no aparelho locomotor. O bem estar é uma das preocupações da organização, que busca amenizar dores e limitações com o paisagismo, proporcionando uma dose extra de conforto e beleza para os seus pacientes.
Confira o último projeto da Arquiteta Paisagista Beatriz Secco
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