Jardins Verticais: Esta ideia pegou em Portugal?
Autor: Camila Fonseca - Data: 03/10/2011
Pensar em maneiras irreverentes de trazer inovações para o mundo contemporâneo é um grande desafio para os profissionais. A necessidade de desenvolver a capacidade de lidar com a adaptação às formas e novas realidades, fez-se criar um novo conceito dentro do paisagismo: os jardins verticais.
Para tanto, no Algarve - Portugal, a marca Jardins do Futuro trabalha com esse tipo de jardim desde 2009 e sabe explicar bem a importância dessa especialidade: "Encaramos como uma necessidade ecológica o desafio de elaborar produtos com a técnica da hidroponia que aumentam as áreas vegetais em centros urbanos e rurais", considera o gestor da empresa, Gil Lope, que atua no setor de Arquitetura Paisagista e Botânica.
Jardins Verticais executados pela empresa jardins do Futuro
Ele informa que até o negócio começar a funcionar, de fato, passou por um período de incubação para pesquisas de dois anos. Foram estudadas formas de construção e manutenção de muros, telhados e quadros vegetais e jardins de interiores, para que solucionem os danos ambientais já causados pelo ser humano. Gil Lopes justifica que a execução desses jardins é totalmente distinta do que um jardim tradicional. "Por ser vertical, ele necessita de uma estrutura de apoio especifica", aponta. Assim, as premissas para seu desenvolvimento, segundo ele, partem inteiramente da vontade e necessidade do cliente a forma como ele idealiza seu muro vegetal.
Assim como outras modalidades, os jardins verticais possuem suas espécies mais utilizadas e adaptáveis. São elas, as plantas de folhagem permanente, como trepadeiras, plantas rochosas e aquáticas. "São, por exemplo: chlorophitum, Festuca, Begonia, Aspargus, Asplenium, Phormium, Budlea Black, Aeschinantus rasta, entre outras. As plantas são provenientes de cultura hidroponica da Holanda, Malásia e algumas espécies Autóctones não hidroponicas", afirma. Sua distinção frente a outros modelos de espaços são evidentes. Segundo Gil Lopes, elas vão desde a estrutura do jardim vertical à sua quantidade de plantas por metro quadrado. "O sistema de rega também - com nutrientes - altera em relação ao jardim tradicional e sua iluminação pode ser lúdica, ou em alguns casos de jardins verticais interiores, a iluminação é necessária ao bom desenvolvimento das plantas (fotossíntese)", esclarece.
Jardins Verticais executados pela empresa jardins do Futuro
Levando em consideração o aspecto estético de um jardim vertical, ele traz uma proposta um tanto quanto moderna. Mas sua estrutura, em 98% das obras, não demandam cálculos desmedidos para comportar todos os elementos presos a parede. "Caso seja necessário, contratamos um engenheiro civil que trata dos cálculos e reforços a parede", avalia. Em relação ao projeto de irrigação, eis aqui a maior complexidade. Isso, de acordo com Gil Lopes, devido ao número de componentes necessários, como: injectores de nutrientes, controladores, bombas, programadores, quadro comando e electroválvulas. "A rega destes jardins é independente e a percentagem dos nutrientes é calculada consoante o tamanho do muro vegetal, espécies plantadas e a localização polar e solar", acrescenta.
Na opinião do proprietário da empresa Jardins do Futuro, implantar a ideia trazida de sua vivência na França em Portugal tem dado muito certo, pois ainda é uma novidade. "Este sistema hidroponico de jardim vertical é novidade em Portugal, temos patentes registadas. Existem alguns casos mais antigos, mas com sistemas completamente diferentes, inclusive alguns com o uso de terras", aponta. Além de representar o novo, a verticalidade dos espaços verdes agrega valores e benefícios. "Elas vão desde o peso da estrutura, o isolamento térmico e sonoro, o grande impacto visual de um jardim vertical, o valor acrescentado ao prédio e o impacto ecológico, que é bastante positivo", reflete.
Jardins Verticais executados pela empresa jardins do Futuro
Aderindo à nova maneira de fazer jardins, o país, apesar da crise econômica que enfrenta, tem aceito positivamente os verticais. "Nossos clientes, em sua maioria, são provenientes da classe media/alta e empresas com algum poder financeiro, também devido aos custos de um jardim vertical. Estamos em negociações com grandes grupos da distribuição em Portugal e alguns grupos hoteleiros. Prevemos um alargamento do numero de jardins verticais visíveis ao publico nos próximos 2, 3 anos", conclui.
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