O maior sistema de irrigação por aspersão na América Latina, graças a Manos Unidas

Autor: Leone Nogueira - Data: 20/03/2017

A água ainda é um recurso que muitas pessoas no mundo não têm acesso

Convenção "Alli Pacha" Equador - Manos Unidas
Nesta terça-feira, 22 de março de 2016 é comemorado Dia Mundial da Água, as Nações Unidas propôs como tema deste ano, "Água e emprego". Uma questão que preocupa muito a Manos Unidas, ONG católica que ajuda internacionalmente ao desenvolvimento, que nos últimos 12 anos doaram cerca de 27 milhões de euros para financiar 393 projetos ligados diretamente com a água. Para Fidele Pogda, coordenador do Departamento de Estudos e Documentação de Manos Unidas, "a origem e o significado deste dia, criado em 1993, é a constatação de que apesar de a água ser um elemento essencial para a vida, ainda é um recurso que muitas pessoas no mundo não têm acesso". Ele fala que em Manos Unidas "acreditamos na necessidade urgente de proteger um dos bens mais preciosos que temos: a água". Para isso, a gente educa e promove projetos para a utilização e distribuição equitativa de água, convencido de que juntos podemos alcançar um mundo mais justo, onde todos nós podemos apreciar a dignidade de bens da terra e viver em harmonia com a criação. "Porque o problema da água também reside na falta de consciência da gravidade dos nossos comportamentos", diz Pogda.

Nos últimos 12 anos, Manos Unidas financiou 393 projetos ligados diretamente com a água: 151 no sector agrícola, no valor de 13 milhões de euros, e 242 no sector da saúde, no montante de 13 milhões de euros. Um, e talvez um dos maiores, é no Equador, e é o maior sistema de irrigação por aspersão na América Latina. Manos Unidas, que conta com uma grande experiência de trabalho no Equador, "sempre foi comprometido porque seus projetos são parte de políticas de desenvolvimento local, tentando envolver intervenções na dinâmica do sistema local Planejamento Participativo que existe no Equador". A partir desta estratégia nasceu o programa Convenção "Alli Pacha", que em Kichua significa "Terra e bom tempo". "Um acordo de trabalho colaborativo, com duração de cinco anos, concluído em 2015, lançado pela Fundação MCCH (Maquita Cushunchic Comercializando como Hermanos) e a Central Equatoriana de Serviços Agrícolas (CESA), que juntos formaram o MCCH-CESA, apoiados financeiramente por Manos Unidas e pela Cooperação Espanhola (Agência Espanhola de Cooperação Internacional e Desenvolvimento), que tem acolhido intervenções diferentes", disse a ONG.

"Todas as pessoas das comunidades que participaram do projeto entenderam que a união faz a força; mas nós não compreendemos a magnitude deste projeto. Só tínhamos o desejo de fazê-lo. Queda após queda... nós levantamos, respiramos fundo e a força voltava para nós, e continuávamos andando com tubos no ombro para realizar o sonho de mais de uma geração que passou por essas terras", falam os beneficiários do projeto. Carlos Vicente Alconcé, Técnico de Manos Unidas, expatriado no Equador para coordenar ali o projeto indicou que "essas pessoas há muitos anos têm perseguido o sonho de ter água, porque com a água fazem uma vida mais plena. Eles têm lutado e agora compartilhamos a alegria que isso foi alcançado".