Parceria Museu Ilha Hombroich e Instituto Inhotim
Autor: Regina Motta - Data: 13/05/2014
O Projeto Inhotim-Hombroich procura aproximar o Brasil e a Alemanha por meio do Instituto Inhotim e do Museu Ilha Hombroich, dois programas semelhantes executados em dois países aparentemente diferentes.
Museu Ilha Hombroich
A intenção desse projeto é aproximar dois países, o Brasil e a Alemanha, ao mostrar que o mesmo programa - a arte paralela à natureza - levou a resultados semelhantes tanto no Instituto Inhotim, um Centro de Arte Contemporânea e Jardim Botânico localizado a 60 quilômetros de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais, quanto no Museu Ilha Hombroich, situado numa ilha fluvial em Neuss, no oeste alemão, foi uma iniciativa do colecionador de arte Karl-Heinrich Müller (1936-2007). Na Ilha Hombroich, arte, arquitetura e natureza dialogam com o ser humano.
No início da década de 1980, ele tinha uma grande coleção de arte que queria mostrar ao público. Mas não num contexto urbano, sua visão era fazê-lo no contexto da natureza.
Museu Ilha Hombroich
O iniciador do projeto se deparou na época com um antigo parque no rio Erft, em Neuss, no oeste da Alemanha, de mais ou menos dois hectares. Este parque e uma casa estavam à venda. Então ele procurou apoiadores para o seu projeto. Eram pessoas da Academia de Belas-Artes de Düsseldorf, com quem já mantinha há anos um intenso contato.
Museu Ilha Hombroich
O pintor Gotthard Graubner (1930-2013) se responsabilizou pela compilação das obras da coleção de Müller e pela montagem da exposição nos prédios do museu. As edificações foram criadas pelo escultor Erwin Heerich (1922-2004). E para a paisagem Müller procurou Bernhard Korte, uma pessoa sensível com conhecimentos sobre a natureza.
Após a Ilha Hombroich, surgiram vários espaços de exposição que têm por lema a arte aliada à natureza, como, por exemplo, o Inhotim, no Brasil, e o High Line Park, em Nova York. Mas há também exemplos no Japão, na Itália, no sul da França.
De acordo com os responsáveis pelo Museu Ilha Hombroich, a função dos jardineiros é intervir o mínimo possível na paisagem. Através de fotos aéreas e mapas antigos, foram recuperados lagos e cursos d água, como também espécies nativas da região.
Instituto Inhotim - Foto: Regina Motta
No Brasil, o Instituto Inhotim foi idealizado pelo empresário Bernardo Paz em meados da década de 1980. Em 1984, o local recebeu a visita do renomado paisagista Roberto Burle Marx, que apresentou algumas sugestões e colaborações para os jardins. Desde então, o projeto paisagístico cresceu e passou por várias modificações.
A propriedade particular foi se transformando com o tempo. Começava a nascer um grande espaço cultural, com a construção das primeiras edificações destinadas a receber obras de arte contemporânea. Ganhava vida também o rico acervo botânico, consolidado a partir de 2005 com o resgate e a introdução de coleções botânicas de diferentes partes do Brasil e com foco nas espécies nativas.
Instituto Inhotim - Foto: Regina Motta
O acervo artístico do Inhotim compreende cerca de 500 obras de mais de 100 artistas de 30 diferentes nacionalidades. Com foco na arte contemporânea produzida a partir dos anos 1960 até os nossos dias, o acervo abrange escultura, instalação, pintura, desenho, fotografia, filme e vídeo.
Instituto Inhotim - Foto: Regina Motta
Por razões históricas, o acervo botânico do Inhotim é hoje melhor representado por grupos com valor paisagístico, mas apresenta uma boa representatividade filogenética. Ao todo, são mais de 4.700 acessos, representando 181 famílias botânicas, 953 gêneros e aproximadamente 4300 espécies de plantas vasculares. Tamanha diversidade faz do Inhotim um espaço único, tornando-o um excelente ambiente para a difusão de valores ambientais.
http://www.dw.de/as-flores-do-museu-ilha-hombroich/g-17567574
http://www.dw.de/a-beleza-e-a-verdade-no-projeto-inhotim-hombroich/a-17609364
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