Claudia Monsalve e a arte de florescer jardins em Quito: da vocação ao desafio do paisagismo moderno
Autor: André Guilherme Rego - Data: 25/09/2025
No charmoso distrito metropolitano de Puembo, nos arredores de Quito, vive e trabalha Claudia Monsalve, paisagista com 17 anos de estrada, fundadora da empresa Viverart. O caminho de Claudia para o paisagismo não foi traçado apenas por escolha, mas por necessidade e paixão: a de ajudar amigos que desejavam realizar seus jardins, e de ver na vegetação uma forma de expressão, de beleza e de conexão com a natureza.
Da vocação à profissionalização
Desde os primeiros trabalhos informais até a estruturação de uma empresa com oito funcionários, Claudia construiu seu negócio sobre pilares que considerou essenciais: botânica, arquitetura e agronomia. Foi percebendo lacunas técnicas, profissionais pouco capacitados, que nasceu em sua mente a necessidade de buscar ferramentas que pudessem otimizar o fluxo de trabalho, reduzir retrabalho, oferecer precisão botânica e orçamentária. Foi assim que ela conheceu a empresa AuE Software, cujos softwares, entre eles o AutoLANDSCAPE passaram a fazer parte da rotina da Viverart.
Por que usar o AutoLANDSCAPE?
Para Claudia, esse programa cumpre o que promete: tem todas as plantas necessárias, gera quantidades, calcula distanciamentos, e organiza o jardim de maneira lógica. Ele permite a elaboração técnica do projeto, com memória botânica, orçamento e detalhamento, tudo com precisão e economia de tempo. Essa agilidade permite que projetos passem do papel à execução de forma mais confiável.
"Gosto (AutoLANDSCAPE) porque tem todas as plantas que preciso, gera todas as quantidades e distanciamentos, com ótima organização."
Os softwares da AuE Software oferecem soluções que agilizam projetos de paisagismo como o AutoLANDSCAPE para desenhos técnicos em CAD, PhotoLANDSCAPE para fotomontagens, VisualPLAN para visualizações em 2D e 3D, CalcLANDSCAPE para orçamentos profissionais, HydroLANDSCAPE para projetos de irrigação e LandMANAGER para manutenção e gestão de áreas verdes. Eles contam com bibliotecas bastante amplas de plantas, objetos e sistemas de irrigação, o que ajuda bastante em contextos diversos.
O trabalho da Viverart: serviços, desafios e funcionamento
A Viverart atua em várias frentes:
Projeto paisagístico, que envolve desenho, escolha de espécies, layout do jardim.Execução, ou seja, a implementação física do projeto.Manutenção, garantindo que o jardim continue saudável e com estética desejada.Fertilização, para assegurar nutrição adequada das plantas.No que se refere à divulgação, Claudia relata que o boca a boca tem sido o motor principal. Um trabalho bem feito, visível, que gera confiança, chama novos clientes, e consolida reputação. Em sua visão, relacionar-se bem com clientes é fundamental: comunicação clara, transparência sobre o que será feito, escolha das plantas, expectativas quanto ao resultado, tudo isso fortalece a confiança.
Impossível prescindir da irrigação
Claudia é categórica: um jardim sem irrigação adequada não funciona. Em Puembo, região com clima variável, alternando períodos de sol intenso e chuva, mesmo que não realize os projetos de irrigação diretamente, ela recomenda sempre que seus clientes procurem um especialista nessa área. Irrigar não é apenas molhar plantas: é dimensionar, distribuir uniformemente, garantir economia de água, evitar estresse hídrico ou doenças. A irrigação bem feita mantém a vitalidade, beleza e longevidade do jardim.
Um projeto emblemático
Claudia conta de um jardim realizado para uma família em Puembo que há cerca de dois anos e meio é mantido por ela. Nesse jardim, foram plantadas palmeiras de 4 a 5 metros de altura, entre outras espécies, e o desafio foi não só o plantio, mas manter as plantas saudáveis nestas proporções, integrando aspectos de solo, luz, drenagem, fertilização e manutenção constante.
Os maiores desafios
Empreender no paisagismo no Equador, como em muitos países latino-americanos, envolve superar restrições econômicas, logísticas e sociais. Para Claudia, a situação atual do país, com altos custos de combustíveis, paralisação de trabalhadores, atrasos nas obras, torna tudo mais lento. Somado a isso, a escassez de mão de obra qualificada é um problema sério. Jardineiros ou ajudantes não costumam ter formação em botânica ou paisagismo, então muitas vezes a aprendizagem é no dia a dia, exigindo paixão pelas plantas, dedicação, força de vontade.
Outro tema delicado é o acesso às plantas nativas. Segundo Claudia, viveiros muitas vezes não possuem licença para produzi-las, o que limita sua disponibilidade para projetos que as demandem. Isso obriga a empresa a buscar formas de preparar (propagar, cultivar) plantas nativas para uso, ou escolher espécies adaptadas.
Tendências e o futuro do paisagismo
Claudia enxerga algumas direções fortes para os próximos anos:
Jardins de baixa manutenção, que demandam menos cuidado frequente, menos poda, menos irrigação intensiva.Misturas de texturas: folhagens variadas, contrastes entre folhas lisas, ásperas, diferentes tonalidades de verde.Estética tropical mesclada com graminhas, plantios que combinam exuberância com leveza, com movimento, harmonizando plantas grandes com coberturas ou elementos mais delicados.
Essas tendências convergem, de resto, com aquilo que se vê em várias pesquisas do setor: valorização de plantas nativas ou adaptadas, uso eficiente da água, jardins sustentáveis e que tragam bem-estar sem exigir grandes recursos de manutenção.
Mensagem para quem quer começar no paisagismo
Claudia deixa uma mensagem encorajadora e realista:
"Se capacitar é muito importante porque se trabalha com seres vivos. Hoje há conteúdos no YouTube, livros que ajudam, softwares como os da AuE que também colaboram. É preciso amar plantas, ter paciência, vontade de aprender, de errar e corrigir. Paisagismo não é só estética: é entender luz, clima, solo, crescimento, ciclos sazonais, resistência a pragas, manutenção. Quem entrar nisso precisa estar preparado em técnica e coração."
Reflexão final
A trajetória de Claudia Monsalve mostra que paisagismo é uma profissão de múltiplas facetas: técnica, estética, ecológica, social. Em contextos como o de Puembo, Quito ou de qualquer local que enfrente desafios climáticos ou econômicos, vencer exige inovação, tecnologia, sensibilidade e muito trabalho, mas também oferece recompensas profundas: ver um jardim crescer, florescer, trazer alegria, criar refúgios naturais no meio da vida cotidiana.
Para a revista, o caso da Viverart ilustra como o paisagismo vai além da obra: é compromisso com o ambiente, com a comunidade, com as plantas e com a beleza que nutre o espírito.
Veja a entrevista no Youtube:
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