Laboratório da USP estuda o cultivo de jardins verticais em ambientes fechados com uso de LED
Autor: Isabela Silva - Data: 12/03/2021
O laboratório de Cultivo de Tecidos de Plantas Ornamentais da USP, em Piracicaba, estuda a viabilização de jardins verticais e hortas em ambientes fechados, utilizando luz de LED para o cultivo.
A ação é coordenada pelo professor Paulo Hercilio Viegas Rodrigues, do Departamento de Produção Vegetal da Esalq e conta com a parceria de empresas do setor.
O sistema desenvolvido permite a instalação de jardins verticais sem necessidade de reformas. A estrutura do jardim vertical criada e patenteada, é leve, mede 1 m² e possui capacidade para 10 diferentes espécies de plantas.
Jardim vertical no Laboratório de Cultivo de Tecidos de Plantas Ornamentais da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, em Piracicaba – Foto: Gerhard Waller;
No decorrer dos últimos 7 anos, o laboratório constatou que as plantas respondem melhor às luzes de LEDs na cor vermelha e azul. O ponto de partida foi um contrato dos alunos com uma empresa que necessitava colocar um jardim vertical em um corredor sem qualquer iluminação natural. A solução encontrada foi instalar uma fonte luminosa em LED na parede oposta ao jardim e os resultados foram muito positivos.
Desde então, a empresa parceira trabalha no desenvolvimento de um sistema de LED que viabilize a instalação no ambiente domestico sem interferir na área de livre circulação. Os pesquisadores iniciaram os estudos com plantas ornamentais e o próximo passo será testar morangos e temperos.
Resultados promissores também foram obtidos nos testes da Samambaia-americana (Nephrolepis exaltata), Samambaia-amazônica (Polypodium aureum), Beijinho (Impatiens parviflora) e Bromélias(Bromeliaceae Juss).
O Professor Paulo Hercilio Viegas Rodrigues, que anteriormente trabalhou durante 4 anos na Amazônia, espera ampliar o projeto para o cultivo de espécies nativas da região amazônica.
Dono de um acervo de plantas nativas, ricas em óleos como o Pau-rosa (Aniba rosaeodora) utilizado na famosa colônia da Chanel nº5, e do Puxuri (Licaria puchury-major), substituto da noz-moscada na culinária; Paulo pretende inserir estas espécies no ambiente doméstico.
O cultivo controlado em jardim vertical permite o desenvolvimento de uma técnica mais aprimorada e sustentável, com alta rentabilidade, com controle do produto de alto valor agregado e evita grande deslocamento do extrativista para colheita.
Quando e como utilizar luz artificial em casa?
O uso da iluminação artificial na agricultura comercial não é uma novidade, porém em ambientes particulares, seu uso é incomum. Para utilizar a iluminação artificial no cultivo de plantas é necessário considerar alguns fatores e respeitar alguns critérios mais complexos.
Uma pesquisa detalhada sobre a planta e qual a cor da lâmpada que ele necessita, é indispensável para que a planta sobreviva. E também, atentar-se na distância da lâmpada, evitando que as folhas queimem. As lâmpadas fluorescentes, HQI e LED são as mais indicadas.
A tonalidade das luzes causam efeitos diferentes nas espécies. Quando fornecemos apenas a lâmpada azul, a planta tende a escurecer e manter sua estrutura mais baixa. A lâmpada azul interfere mais na folhagem, sendo responsável pelo crescimento vegetativo. Já a lâmpada vermelha permite o crescimento dos talos, tornando a planta mais comprida e sua folhagem, menor. Sendo assim, o uso das duas lâmpadas - vermelho e azul- são recomendadas simultaneamente.
As luzes de LED branco amareladas são as que mais se assemelham a luz do sol e desempenham, simultaneamente e de modo mais fácil, o papel das luzes vermelha e azul. Sendo a mais recomendada para uso caseiro.
Fonte do conteúdo e fotografia: Jornal da USP e Casa Vogue
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