O uso das palmeiras no paisagismo
Autor: Diego R. Gonzaga - Data: 09/04/2013
Bismarckia nobilis Hildebr. & H.Wendl. - Instituto de Arte Contemporânea e Jardim Botânico Inhotim
Nome-popular: Palmeira-azul, palmeira-de-bismarck.
Foto: Guilherme Motta
O Brasil é um país de grande extensão territorial, apresentando uma grande diversidade climática segundo Cwb Koppen. Culturalmente nosso país é caracterizado como sendo um país tropical, por esta razão as palmeiras são muito utilizadas na aplicação do paisagismo.
O interesse pelo cultivo de palmeiras ornamentais tem aumentado significativamente devido ao seu indiscutível valor paisagístico, proporcionando beleza e serenidade à
paisagem de campos abertos, ruas, jardins, parques e praças.
Os indivíduos da família Arecaceae ou Palmae, são conhecidos popularmente como palmeiras, porém cada espécie recebe seu nome-popular em relação a região.
As palmeiras são plantas monocotiledóneas, lenhosas, formando um grupo natural de plantas, com morfologia muito característica, que permite, mesmo aos mais leigos, a sua identificação sem maiores dificuldades.
Ao longo do mundo são reconhecidos entre 2500 a 3500 espécies, para o Brasil, são listados 39 gêneros e 264 espécies, de ocorrência em todos os biomas brasileiros, Amazônia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal.
Phoenix canariensis Chabaud
Nome-popular: Tamareira-das-canárias, palmeira-tamareira
Foto: Guilherme Motta
Para evitar erros em jardins, é de suma importância que se conheça a estrutura das plantas quando adultas, como dimensões e altura de estipe, dimensões de folhas e frutos. Palmeiras de grande porte devem ser utilizadas em áreas abertas.
A grande maioria das espécies habita as zonas úmidas de todo o mundo, sendo raras as de regiões secas e frias. Portanto são plantas de climas tropicais, podendo ser encontradas desde as orlas marítimas até regiões interioranas, inclusive, as de grande altitudes.
Os caules ou troncos das palmeiras recebem nome próprio de estipe, podendo apresentar formas, tamanhos, volumes e texturas variados, terminando em um meristema apical, onde ocorre o ponto de crescimento da planta.
Algumas espécies apresentam palmito visível, parte superior do estipe que é constituído por um segmento volumoso, cilíndrico, liso e brilhante, resultante das bainhas foliares, compactas, que servem de proteção ao meristema da planta e conhecido popularmente por palmito. Em algumas espécies esse palmito serve como fonte na alimentação humana.
Detalhe do fruto de Aiphanes horrida (Jacq.) Burret
Nome-popular: Cariota-de-espinho
Foto: Guilherme Motta
Detalhe da inflorescência de Allagoptera arenaria (Gomes) Kuntze
Nome-popular: Caxandó, Coco-de-praia, Guriri, Buriri, Buri-de-praia
Foto: Guilherme Motta
As folhas podem ser de formatos diversos, em grande maioria sendo pinadas e palmadas (leque).
Quando chega a idade adulta às palmeiras florescem, quase sempre as flores das palmeiras não apresentam apelo visual pelo fato de serem muito pequenas e discretamente coloridas, sendo visitadas por abelhas.Contudo, surgem em grande número ao longo das ráquilas.
Os frutos apresentam variações nas formas, tamanhos e cores, sendo que alguns deles são muito decorativos, além do mais, podem se constituir em importante fonte alimentar. Um exemplo de grande importância econômica é o Coco-da-Bahia produzido pela espécie Cocos nucifera L.
No Brasil é grande o número de espécies de palmeiras disponíveis e potencialmente importantes para usos diversos como biodiesel, paisagismo, alimentação e cosméticos.
Corypha umbraculifera L. em plena floração.
Nome-popular: Corifa, Talipot
Foto: Guilherme Motta
Referências:
Leitman, P. et al., 2013. Arecaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Jardim Botânico do Rio de Janeiro.
Lorenzi, H. et al., 2004. Palmeiras Brasileiras e exóticas cultivadas.
Miguel, J.R. 2007. Levantamento de palmeiras (Arecaceae) cultivadas na Universidade do Grande Rio, Campus I.
Sodré, J.A. 2005. Morfologia das Palmeiras como meio de identificação e uso paisagístico.
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