Os jardins verticais de Patrick Blanc
Autor: Jéssica de Souza - Data: 17/02/2022
Patrick Blanc. Fonte: Site Vertical Garden Patrick Blanc. Copyright Pascal Heni
Na entrevista de Janeiro de Irrigação Digital, com André Bailone, o paisagista citou o nome de Patrick Blanc como inspiração para projetos de jardins verticais e o uso de painéis hidropônicos.
Mas você sabe quem é Patrick Blanc?
Para começar vamos retornar um pouco à história dos jardins verticais, onde acredita-se que sua origem seja lá da época dos famosos Jardins Suspensos da Babilônia com as espécies sendo atreladas às paredes das construções. Com o tempo foi se modernizando até Stanley Hart White patentear a primeira parede vertical em 1938. Mas foi através de Blanc que os jardins verticais começaram a ganhar destaque.
Patrick Blanc nasceu na França em 1953, graduou-se em Botânica e obteve doutorado em Ciências Naturais no ano de 1979. Começou a trabalhar no Centro Nacional de Pesquisa Científica com plantas tropicais e somente em 1986 recebeu o primeiro trabalho com jardins verticais. Mas foi em 1994, onde participou do de um festival de jardins, que Blanc começou a se destacar.
Para seus jardins verticais ele elaborou um sistema de parede composto por armações de metal, camadas de feltro e um sistema de água que fornece também os nutrientes necessários às plantas.
Na parede é fixada à armação de metal e nesta armação é colocada uma placa de PVC de 10mm de espessura onde são grampeadas duas camadas de feltro de poliamida de 3mm. São elas que sustentam as raízes das plantas.
Logo após é inserido um sistema de irrigação composto por tubos controlados por válvulas que fornecem uma solução que contém minerais dissolvidos em sua composição e que encharcam o feltro. Por gravidade ela vai alimentando todas as plantas e o que sobra, ao chegar na parte mais inferior, é coletado em uma calha e volta para a rede.
É uma estrutura totalmente sustentável baseada nos conceitos da biomimética, isto é, em processos que ocorrem na natureza e que são estudados e adaptados para serem usados como estratégias que auxiliam no cotidiano das pessoas.
Outro destaque de Patrick e que ampliou ainda mais o interesse por jardins verticais foi um projeto feito em 2004 na fachada do Musée du Quai Branly. A parede trabalhada é a noroeste com 200m de comprimento por 12m de altura e é composta por mais de 150 espécies, totalizando cerca de 15.000 plantas.
Atualmente ele conta com um portfólio cheio de projetos espalhados pelo mundo onde destacamos:
Jardim vertical em forma de candelabro feito no Shopping EmQuartier - Bangkok, Tailândia
Fonte: Site Vertical Garden Patrick Blanc. Copyright Pascal Heni
O jardim suspenso foi inaugurado em 2015 e desce em espiral do 6° andar até o 1° andar, totalizando cerca de 100 metros de comprimento. As plantas usadas são típicas de florestas tropicais.
Fachada verde do Edifício One Central Park - Sydney, Austrália
Fonte: Site Vertical Garden Patrick Blanc. Copyright Pascal Heni
São 1200m2 contendo 23 jardins verticais. Estes jardins possuem 350 espécies diferentes e um total de 35 mil plantas.
Residência do Patrick Blanc - Paris, França
Fonte: Site Vertical Garden Patrick Blanc. Copyright Pascal Heni
A casa por si só já é um espetáculo do paisagismo, mas em especial citamos o jardim vertical criado no interior da residência com 80 m² e 250 espécies de plantas.
Patrick Blanc no Brasil
Esteve no Brasil pela primeira vez em 2004 para participar da Exposição FAAP Chapadas do Araripe com uma instalação de parede verde. Em 2006 retornou para participar de outra exposição, desta vez em comemoração do ano da França na cidade do Rio de Janeiro, com um projeto para a Via Verde que não saiu do papel. Ministrou também algumas palestras em 2012 e 2018 nas cidades de Curitiba e Florianópolis.
Exposição FAAP Chapadas do Araripe. Fonte: Site Vertical Garden Patrick Blanc. Copyright Pascal Heni
Para conhecer outros projetos de Patrick Blanc acesse o site https://www.verticalgardenpatrickblanc.com/
Veja também:
Plantas que requerem atenção ao inserir no paisagismo
Paisagismo no World Architecture Festival 2021 - Part.2
Milayne Ferraz e a aplicação da Biofilia em ambientes industriais
Anterior Próximo